Reflexão do Evangelho de Quinta feira 23 de julho

Reflexão do Evangelho de Quinta feira 23 de julho
Mt 13, 10-17 - Jesus fala em parábolas
       
        Aos poucos ia Jesus manifestando aos seus discípulos, através de parábolas, um modo novo de enxergar a vida, para eles totalmente inusitado. As parábolas são breves histórias, que denunciam, por meios bastante simples, como o fermento e a semente, a ação de Deus na vida dos que acolhem o feliz anúncio de salvação, isto é, da comunhão íntima com o Pai. Elas destacam a iniciativa de Deus e os resultados da graça divina, que são extraordinários. Assim de uma forma discreta e humilde, Jesus falava da instalação do Reino de Deus e da presença mística do seu amor, que derruba qualquer obstáculo e confere vida nova aos que se convertem e vivem a comunhão fraterna.   
        No entanto, por colocarem a realidade espiritual no mesmo plano de suas ambições precárias e frágeis, “nem todos, escreve S. João Crisóstomo, obtêm a graça de conhecer os mistérios do Reino”. Por isso, ao falar em parábolas, Jesus buscava chegar ao coração de cada um. Aliás, esse método era muito utilizado na Bíblia e entre os rabinos contemporâneos de Jesus. Existem exemplos clássicos no Antigo Testamento, assim, no livro dos Juízes “o diálogo de Natan com Davi” e o próprio título do livro dos Provérbios. O termo hebraico mashal, que significa parábola, sugere algo de enigmático que apela para a fé.
        Não havia em Jesus nenhuma atitude empolada, suas palavras eram simples e cativantes. Os recursos utilizados, longe de obscurecer os relatos, ao contrário, constituíam um modo profundo e verdadeiro de revelar o que é inacessível à simples razão. Para Ele, como também para os rabinos, o modo “velado” de falar insinuava o desejo de excitar a curiosidade dos ouvintes, para levá-los ao conhecimento progressivo da doutrina.  

Da mesma forma que os rabinos, Jesus não só explicava, mas também fazia aplicação direta desses relatos, como por exemplo, na parábola dos vinhateiros homicidas.  O intuito era evidenciar sempre mais o objetivo essencial de sua vinda: salvar a humanidade e iluminar os corações a respeito “das coisas escondidas desde o começo do mundo” (Mt 13,35). Em suma, graças à parábola, Ele conduzia seus discípulos a saborear, no dizer de S. Agostinho, “a alegria da verdade” e a felicidade da presença de Deus entre eles. 

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