Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 20 de julho
Reflexão do Evangelho
de Segunda-feira 20 de julho
Mt 12, 38-42 O sinal de
Jonas
Atenta, a multidão ouvia Jesus falar que o amor
a Deus e aos homens era mais importante do que as múltiplas tradições e
prescrições, estabelecidas pelos fariseus e escribas. Em sua incredulidade, estes
o rejeitavam e deixavam transparecer certa aversão por Ele, o que bem podia
refletir uma ponta de inveja, porque até então eles se tinham como único padrão
e critério da verdade e da ortodoxia. Não obstante isso, eles lhe pedem um sinal
do alto.
A
resposta de Jesus, calma e desafiadora, remete-os ao profeta Jonas, que Ele
apresenta como figura de sua morte e ressurreição. O povo de Nínive, descrito
em seu processo de penitência e conversão, simboliza o povo libertado por Deus.
A resposta de Jesus é imediata. Fitando-os, sem titubear, Ele os compara a uma
geração adúltera e perversa. Os olhos deles se enchem de espanto e, indignados,
resmungam: “Não é possível. Essas palavras não podem ser aceitas em silêncio”. Mas
sem se alterar, Jesus continua a anunciar a vitória da graça divina.
Jesus rejeita a
casuística judaica como também outras explicações casuísticas; seu poder brota
do amor de Deus, fonte da liberdade cristã. As palavras de Jesus não são normas
jurídicas, mas são princípios fundamentais que norteiam o agir de seus
discípulos em situações diversas segundo a época e a cultura de cada povo. Por
não reconhecerem sua autoridade, os fariseus e escribas não acolhem seus
ensinamentos e se afastam com ares ameaçadores. Os que creem nele, guiados pela
liberdade da fé, que descerra a cegueira interior do coração e permite
contemplar em suas palavras a grandeza da misericórdia divina, se estreitam em
torno dele. Assim como o povo de Nínive, diante da pregação de Jonas, orientou-se
para Deus, também eles são chamados a se entregarem à Palavra de Jesus. Do
mesmo modo que os ninivitas, uma vez convertidos e reconciliados, eles serão
reenviados ao Deus de misericórdia. A justiça divina sempre dá lugar à
misericórdia, e em Deus todos têm um novo início.
Após refletir essas palavras de Jesus, S. Pedro
Crisólogo conclui: “Aos judeus que pediam um sinal, Ele decidiu dar um único
sinal, para que eles soubessem que a glória messiânica é transferida às nações,
a todos os povos. Portanto, com toda justiça, conclui Jesus, os ninivitas hão
de se levantar no dia do Julgamento e condená-los, pois eles fizeram penitência
por força da pregação de um único profeta. E esse profeta era um náufrago, um
estrangeiro, um desconhecido”. No presente momento, urge corresponder à Palavra
de Jesus, que, segundo Orígenes, “oferece não dons corruptíveis como o ouro ou os
aromas, mas sim o perfume espiritual da fé, o suor da virtude e o sangue do
martírio”.
Comentários
Postar um comentário