Reflexão do Evangelho de Terça-feira 21 de julho

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 21 de julho
Mt 12, 46-50 - Os verdadeiros parentes de Jesus

        A multidão é grande. A mãe de Jesus e seus parentes estão fora e desejam vê-lo. Os discípulos notam a presença deles e avisam o Mestre, que, sem desprezá-los, aproveita a ocasião para salientar o essencial de sua missão: o cumprimento da vontade do Pai. Jesus dá grande valor à família espiritual, núcleo de uma família mais extensa e numerosa, que se reúne ao seu redor. Voltando-se então para seus discípulos, com voz mais forte, fala-lhes da pertença à família de Deus, da qual se participa pela fé. Aliás, fé manifestada por Maria, no início de sua vida pública, na pequena cidade de Caná, durante uma festa de casamento. Nessa feita, após notar o constrangimento dos organizadores da festa por causa da falta de vinho, revelando serena confiança em seu Filho, ela diz aos serventes: “façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do nascido se manifestou na virgindade da mãe, e a nobreza da mãe na divindade do nascido”.
        Jesus reconhece como seus verdadeiros parentes os que são obedientes à vontade do Pai que está nos céus. E com uma intenção bem precisa, pergunta-lhes: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” Escreve Teodoro de Mopsuéstia: “Ele os interroga não para afastar a mãe e os irmãos, mas para reafirmar que prefere a afinidade espiritual a todo parentesco corpóreo”. As palavras do Mestre, dirigidas a todos os discípulos, visam convocá-los a fazer parte da Aliança, tornando-os membros de uma nova família, a família dos “santos”, aqui na terra e no céu.

Se a grandeza de Maria repousa sobre o fato de ela ser a Mãe do Filho de Deus, muito mais sobre o fato de ela ser mulher de fé. Ela é toda acolhida da Palavra de Deus, que, por obra do Espírito Santo, nela se encarnou. Eis a sua glória! Nesse sentido, observa S. Agostinho: “Santa Maria fez a vontade do Pai e a fez inteiramente; por isso vale mais para Maria ter sido discípula de Jesus do que sua Mãe. Feliz era Maria, porque antes de gerá-lo, já o trazia em seu coração”. Eis a função de Maria no interior da missão de seu Filho Jesus: Ser modelo de fé para todos os que seguem seu divino Filho! Também nós, na medida em que acolhemos a Palavra de Deus e ela se efetiva em nós, tornamo-nos membros da família espiritual, da qual Maria é a mãe.

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