Reflexão do Evangelho de quarta 08 de junho e quinta-feira 09 de julho
Reflexão do
Evangelho de quarta 08 de junho e quinta-feira 09 de julho
Mt 10, 1-15 - A
missão dos Doze
Um
dia, Jesus participava de uma festa de casamento e, alertado por sua mãe,
percebe o constrangimento do dono da casa. Tinha acabado o vinho, e para que o
organizador da festa não se envergonhasse, Ele manifesta, pela primeira vez, o
seu poder. O fato impressiona vivamente seus discípulos, que tinham deixado as
redes para segui-lo. Mais tarde, Jesus escolhe dentre eles doze Apóstolos e os
“envia a proclamar o Reino de Deus e a curar”. Com ênfase, recomenda-lhes que
nada levem consigo, pois Ele os quer livres de todo apego aos bens materiais e
de toda preocupação em obter posses terrenas. A partir daquele dia, eles
viverão desapegados de tudo, sem preocupações como os pássaros do céu.
No entanto, nas
areias áridas do desprendimento e da renúncia, suspirando por um refrigério, eles
vislumbram no horizonte, num oásis de paz, o vulto do Senhor, que os proverá.
“A glória deles, reflete S. Cirilo de Alexandria, não é a de não possuírem nada,
mas a de se colocarem nas mãos divinas”. A renúncia alcança então seu sentido original
de adesão pessoal e profunda a Deus, o que lhes permite contemplar, no
cumprimento da missão confiada pelo Senhor, a aurora da alegria sobrenatural. Neles,
o antigo ideal dos “pobres de Deus” (anawim) se perpetua e eles se assemelham Àquele
que lhes “ordena dar gratuitamente o que gratuitamente tinham recebido”.
Ao
mandato de dar gratuitamente corresponde a ordem de evangelizar, fruto não de
um capricho, mas do amor, “energia divina”, que os inflama sem cessar na
oferenda total de sua vida a Deus e aos irmãos. O verdadeiro milagre não foi o
que eles testemunharam na festa de bodas, mas é aquele que se realiza em seus
corações, que os modifica profundamente e os introduz no mundo do Espírito de
Deus. Eles nasceram de novo. Sua transformação não cessa jamais. Mais tarde, S.
João Clímaco exclama: “Tu feriste minha alma, ó Amor, e meu coração não pode
suportar tuas chamas. Avanço, louvando-te”.
Tomando-os à
parte, Jesus confia aos Apóstolos sua própria missão terrestre, enviando-os “às
ovelhas perdidas da casa de Israel”. Na simplicidade e despojamento, eles hão
de realizá-la “em nome do Cristo”, que agiria neles e por meio deles. Experiência
misteriosa e única. O Mestre garantia que a doação generosa aos seus
semelhantes seria sintoma do verdadeiro amor a Deus, que pacificaria suas almas
e os purificaria no cadinho do “amor insaciável”. Eles recebiam o poder de
comunicar a paz do Senhor aos que fossem dignos dela e de imitar a doação
gratuita de sua vida ao Pai e aos irmãos. “Partindo, eles pregavam que todos se
convertessem. E expulsavam muitos demônios, e curavam muitos enfermos,
ungindo-os com óleo”.
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