Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 30 de julho

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira 30 de julho
Mt 13, 47-53 - A parábola da rede

        Jesus deseja preservar os Apóstolos do que Ele denominava “fermento dos fariseus”, partidários de uma observância meticulosa da Lei e dos ritos. Suas palavras mostram o perigo que os Apóstolos corriam de imitá-los, enveredando-se pelo labirinto das interpretações casuísticas.
A seguir, ao falar da parábola da rede, Ele os remete às cenas da pesca no lago, tão familiares a todos eles. Refere-se à rede de arrastão, que recolhe todos os tipos de peixes. Os peixes bons são colocados nos cestos e os que não eram comestíveis ou os que, por não terem escamas, eram considerados impuros pelos judeus observantes, eram lançados fora. Muitos veem nesta parábola uma alusão ao fim dos tempos ou ao juízo final.  
No entanto, o objetivo de Jesus não é descrever sistemas apocalípticos, mas realçar a importância de viver bem o momento presente. Seus ensinamentos situam-se no quadro do pacto que Deus estabeleceu com o seu povo, dando-nos a certeza de que, por trás das imagens da parábola, Ele alimenta a esperança de que sempre podemos voltar para Deus e nos reconciliar com o Pai. S. Agostinho por sua vez diz que “a rede é a Igreja, que reúne bons e maus, santos e pecadores e que, no tempo presente, convoca todos, em termos de amor e de misericórdia, a se orientarem segundo a mensagem do Senhor, Rei de justiça e de paz. A missão da Igreja é introduzi-los na comunhão eterna de Deus”. Esta não é um simples ideal, ela pertence de modo definitivo à história da humanidade e se efetiva graças ao perdão misericordioso de Deus, que reinará “acima de tudo”.

“Entendestes todas essas coisas? ” pergunta Jesus aos discípulos. Ao responderem afirmativamente, Jesus os compara a um “pai de família que do seu tesouro tira coisas novas e velhas”. S. Irineu observa que as coisas velhas são as verdades reveladas na Lei e as coisas novas são as Palavras de Jesus no Evangelho, que “nos concedem a liberdade de uma ‘vida nova’ e multiplicam a graça proveniente de Deus”. Num contexto ético-cristão, fala-se então da liberdade cristã que nos permite viver de modo conveniente e que descreve a Igreja santa e pecadora sempre a caminho da conversão, da renovação e da transfiguração. 

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