Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 13 de julho

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira 13 de julho
Mt 10, 34-11,1 - Jesus causa divisões
        
         Pasmos, ouvimos as palavras de Jesus: “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada”. Na realidade, Jesus leva uma vida itinerante, não vagueando pelo mundo ao léu, sem saber o que o aguardava. Com objetivos claros, Ele segue um desígnio e de modo lúcido, em perfeita comunhão com o Pai, quer realizá-lo. A firmeza das palavras e a clareza dos seus ensinamentos mostram a vontade de cumprir uma missão, anunciada como presença eficaz da misericórdia divina. Mensagem que fascinava seus seguidores, mas, ao mesmo tempo, os inquietava por prenunciar igualmente salvação e juízo, representados por uma espada de duplo fio a separar os que acolhem e os que rejeitam o reino de Deus, que já se realiza com a sua vinda. 
Assim as palavras de Jesus assustam e enchem de medo os discípulos, pois eles compreendem que aquela é a hora de decisão, cada vez mais manifestada, e da qual não se pode escapar. Ao dizer que não veio trazer paz, mas espada, Ele declara que sua mensagem e seus ensinamentos não permitem delongas, urgem uma decisão por Ele.  Porém, tudo depende da real liberdade de cada um. O Mestre não força, simplesmente, Ele espera que seus seguidores cortem as amarras da escravidão do pecado e livremente o sigam, colocando Deus em primeiro lugar.   
         O tom incisivo empregado por Ele visa destacar a primazia da paz, potente força interior, que leva o cristão ao cume do bem e a imolar-se no “altar do coração”, na oferta de sua vida a Deus, em benefício dos irmãos. Em outras palavras, seguir Jesus exige assumir compromissos, que elevam o espírito acima das paixões e dos apegos mundanos e permitem ao discípulo ultrapassar, sem negar, o amor devido aos pais e parentes. Nesse quadro, não há espaço para o comodismo ou para o irenismo, que faz desaparecer as fronteiras do bem e do mal, diluindo contrastes e opções claras pró ou contra Deus.

         Em suma, Jesus coloca em primeiro lugar Deus e deseja que seus discípulos façam opções claras por Ele. Referindo-se à renúncia aos pais e familiares, escreve S. Agostinho: “Eu vos amo em Cristo, mas não vos amo em lugar de Cristo. Sede comigo nele, mas não eu convosco sem Ele”. 

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