Reflexão do Evangelho de Terça-feira 28 de julho
Reflexão do Evangelho
de Terça-feira 28 de julho
Mt 13, 36-43 - Semente
boa e má
Às
voltas com a discussão sobre o fim dos tempos, os fariseus indagam Jesus sobre
o Reino de Deus. “O Reino de Deus, diz Ele, não vem de maneira visível, não se
pode dizer ‘Ei-lo aqui’, ou Ei-lo ali’... porque o Reino de Deus está próximo,
está dentro de vós”. E conta-lhes então uma parábola: “O Reino dos Céus é
semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo” e quer ele durma,
quer esteja acordado, de noite e de dia, a semente germina e cresce. Mas
“enquanto dormiam, veio o inimigo e semeou o joio no meio do trigo e foi-se
embora”.
É a parábola do joio. O semeador é o próprio
Jesus, que se apresenta como representante do Reino e do juízo divino (v.40), e
também como senhor da colheita (v.41). A boa semente são os que pertencem ao
Reino de Deus e dão bom fruto; o joio são os filhos do maligno ou aqueles que
não acolhem a mensagem de salvação; a colheita expressa o fim dos tempos. Para
S. Agostinho, o campo é o mundo ou a Igreja, na qual convivem santos e
pecadores, chamados a crescer e a se converter, graças à ação misericordiosa do
Senhor.
Tais considerações nos levam a uma pergunta: Perante o bem, presença em
nós do infinito amor de Deus, é possível a uma criatura humana, finita e
limitada, colocar um ato mau de valor eterno? Por outro lado, estamos cientes
que, respeitando a decisão do homem, a misericórdia divina supera nossos atos e
nos oferece caminhos novos de renovação e regeneração. Portanto, para nós, sempre
existe um novo modo de ser em cada instante da vida.
Por isso, S. Agostinho observa
que “no campo do Senhor, isto é, na Igreja, quem era trigo por vezes se
transforma em erva daninha e os que eram erva daninha se transformam em trigo. A
separação cabe ao pai de família, que conhece todos e sabe aguardar o tempo da
separação”. Embora, a decisão final corresponda à escolha feita pelo indivíduo,
graças à qual aparece em sua vida a diferença do bem e do mal, no entanto, ao
longo do percurso da vida, o perdão misericordioso de Deus lhe confere sempre a
possibilidade de se orientar para Ele e alcançar o sentido de sua vida, que não
é diferente do sentido presente em cada ação realizada por ele: felicidade e liberdade.
No
final, a vitória é de Cristo, luz de todo homem, mesmo dos que não o conhecem,
mas vivem segundo uma consciência reta e justa. O importante é esforçar-se para
promover a justiça e vencer a injustiça e a violência. A boa semente não
deixará de crescer e o nosso coração, guiado pelo amor e pela misericórdia, há
de se abrir sempre mais ao panorama da divina Sabedoria.
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