Reflexão do Evangelho - Sábado 04 de Julho

Reflexão do Evangelho
Mt 9,14-17 - Discurso sobre o jejum
Sábado 04 de Julho
            
           Apesar de os profetas terem insistido menos sobre a severidade do jejum e muito mais sobre a conduta justa e caritativa para com o próximo, os discípulos de João Batista e os fariseus multiplicavam jejuns e orações. Em Jesus a voz dos profetas se plenifica. O jejum passa a significar um relacionamento novo com Deus e com o mundo, e, acompanhado pela oração, abrange atos e atitudes de humildade, de amor e de esperança. Ele não se coloca a serviço de uma finalidade, seja ela nobre e espiritual, então ele não seria sincero e autêntico.  Precavendo-se contra a tendência à vitimização ou à teatralização, ele é um gesto religioso que prepara o homem para acolher, de modo incondicional, o Reino como dom gratuito de Deus. Agora com a presença de Jesus, inaugura-se o tempo da restauração do Reino e, portanto, tempo de festa e de alegria.
            Para melhor ser compreendido, Jesus se apresenta como o “noivo” das núpcias de Deus com o seu povo, e os discípulos são descritos como os amigos do noivo. Aos que criticam os Apóstolos por não jejuarem, Jesus, com certa ironia, pergunta-lhes: “Podem os amigos do noivo jejuar enquanto o noivo está com eles? ” S. Hilário de Poitiers conclui que “o fato de eles não jejuarem demonstra a alegria dos discípulos com a presença de Jesus. Nesse período, não se há de jejuar, porque o Esposo está lá e com Ele o tempo messiânico, tempo de núpcias, de abundância e de alegria”. Mas a observação do Senhor não lhes escapa: “Quando Ele lhes for tirado, eles jejuarão”. Ou no dizer de S. Basílio Magno: “Eles então jejuarão, pois suas vidas estarão orientadas para as realidades, que ultrapassam os bens simplesmente materiais e carnais”. Isso, sem jamais deixar de saciar uma fome diferente, a fome da bondade e da misericórdia, do perdão e do amor.

  Orígenes diz por sua vez que o jejum é um caminho para se chegar à profundidade da alma, “lá onde se encontra a imagem de Deus escondida. Cabe-nos pelo jejum liberá-la da terra e purificá-la de toda sujeira para encontrar a água viva, aquela água da qual diz o Senhor: ‘Quem crê em mim, de seu seio jorrarão rios de água viva’” (Jo 7,38). À pergunta do abade Pambo sobre o que ele deveria fazer, o abade Antônio responde: “Não confies na tua justiça, não te aflijas com o passado, põe freio à tua língua e ao teu ventre! ”.   

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