Reflexão do Evangelho de Domingo 12 de julho
Reflexão do
Evangelho de Domingo 12 de julho
Mc 6,7-13 - A
missão dos Doze (recomendações para a missão)
Jesus
escolheu dentre seus discípulos doze Apóstolos e os envia “a proclamar o Reino de
Deus e a curar”. É essencial ao Apóstolo ser um enviado, um delegado, que
exerce seu ministério em nome de Cristo, que os reveste de sua própria
autoridade. S. Hilário comenta que “em Adão, eles tinham sido criados à imagem
e semelhança de Deus; agora eles recebem a imagem e semelhança de Cristo”. Já
dizia o Apóstolo S. Paulo à comunidade de Corinto: “Em nome de Cristo exercemos
a função de embaixadores e por nosso intermédio é Deus mesmo que vos exorta”
(2Cor 5,20). Ultrapassar ou deturpar os poderes assim confiados seria abuso de
confiança, ou traição.
E
recomendou-lhes “que nada levassem para o caminho: nem pão, nem alforje, nem
dinheiro no cinto, apenas um cajado”. O Mestre os quer livres e disponíveis,
sem preocupações, com inteira confiança na Providência divina. S. Agostinho lê
nas palavras de Jesus o desejo de que eles “caminhem na simplicidade, não na
duplicidade”. S. Clemente de Roma fala por sua vez que o Pai celestial “com
doçura e suavidade comunica suas graças a quem se apresenta a Ele com
simplicidade de pensamento (aplê dianoia). Por isso não sejamos duplos de
espírito (mè dipsychômen)”.
Ao chegarem a uma
cidade, os Apóstolos, com uma alma reta, não dividida, deveriam encontrar logo
hospitalidade em uma casa, e ali permanecerem. Receberiam então teto e pão, porque
“o operário tem direito a seu sustento”. O que importa é perseverar no espírito
de simplicidade e renúncia, que lhes confere credibilidade para anunciar, quais
“pobres de Deus” (anawim), a boa-nova da salvação e ser presença daquele que os
envia e lhes “ordena dar gratuitamente o que gratuitamente tinham recebido”.
Eles
comunicarão a paz, não a paz do mundo, mas aquela que torna quem a recebe
participante do Reino de Deus. Ela é tão real que, caso alguém não a queira
receber, ela retorna à sua origem. O mesmo sucede em relação à cidade em que eles
estiverem: se seus habitantes não se dignam receber o Evangelho, ao saírem, eles
devem sacudir “o pó de debaixo dos pés em testemunho contra eles”. Gesto que expressa,
não o desprezo pelos cidadãos daquela cidade, mas, simplesmente, o fato de eles
terem rejeitado o Reino de Deus, que instaura a comunhão fraterna da
hospitalidade. Mensageiros do Evangelho, os Apóstolos anunciam a mensagem de
conversão e de salvação, e “ungem com óleo” os enfermos e doentes, prolongando assim
ao longo dos tempos a obra de Jesus.
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