Reflexão do Evangelho de quinta-feira 10 de dezembro
Reflexão
do Evangelho de quinta-feira 10 de dezembro
Mt 11,
11-15 - Testemunho sobre João Batista
Os
chefes religiosos do povo judeu se sentiam incomodados com a pregação de João
Batista, que, qual arauto de Deus, sem dar maior importância às exigências
cultuais e às prescrições da Lei, ensinava as pessoas, no dizer de Flávio
Josefo, “a viver uma vida pura e justa umas com as outras”. Indignados, eles o
criticavam por não condenar os publicanos nem os soldados, apenas exortando-os
a não cobrarem mais do que era devido e a evitarem a violência e a crueldade. Sua
voz, porém, tornava-se severa e cáustica, quando se reportava ao dever moral e
às normas éticas da Lei. Então, de dedo em riste, como um profeta, assim o povo
o considerava, ele acusava publicamente Herodes Antipas, administrador da
região do Jordão, por ter contraído casamento incestuoso com Herodíades. Além de
parente, ela era mulher de seu meio-irmão, fato duplamente proibido pela Lei de
Moisés.
No cárcere, ele toma conhecimento das atividades
de Jesus, que se mostrava aberto aos pecadores e anunciava a instauração do
reino de Deus. Inquieto e com dúvidas, ele envia alguns discípulos para perguntar-lhe:
“És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro? ” Antes mesmo que lhe
perguntem, Jesus começa a falar de João Batista como sendo mais do que um
profeta, pois nele se realiza as profecias do Êxodo e de Malaquias, que
anunciavam a vinda do “anjo de Javé, precursor do próprio Deus”. Aos emissários
de João, diz-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo, os cegos
recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos
ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”. Admirado, S.
Cirilo de Alexandria vê nessas palavras “a esplêndida arte da resposta do
Salvador: ele não diz simplesmente ‘sou eu’. Se o tivesse feito, teria dito a
verdade, mas ele os conduz à prova manifestada pelas suas próprias obras”. O
testemunho das obras é mais forte do que o das palavras.
Dissipada
a dúvida, eles se afastam e retornam a João. Com um olhar pensativo e distante,
Jesus os acompanha. Em seguida, dirigindo-se aos Apóstolos, confessa: “Em
verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu nenhum maior do
que João”. No entanto, embora grande,
ele não deixa de ser o menor, quando comparado com os que pertencem ao Reino de
Deus, àqueles que acolhem a boa nova do amor misericordioso proclamado por
Jesus. Estes não mais precisam esperar pelo Messias, porque o Reino já é uma
realidade, os caminhos de Deus já foram aplainados e é Ele o Cordeiro que
redime o pecado do mundo.
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