Reflexão do Evangelho de sexta-feira 04 de dezembro
Reflexão
do Evangelho de sexta-feira 04 de dezembro
Mt 9,
27-31: Cura de dois cegos
A costa do mar da Galileia, descrita por
Flávio Josefo, destacava-se “pela natureza extraordinária e pela beleza encantadora”.
Lá, Jesus viveu e anunciou o Evangelho do amor e da misericórdia. Ao longo do
lago de Genesaré, estendiam-se diversas e pequenas cidades, das quais Cafarnaum,
onde viviam Simão Pedro e seu irmão André. Certa feita, percorrendo os caminhos
da região, dois cegos vem ao encontro de Jesus, clamando: “Filho de Davi, tem
compaixão de nós! ” O título “filho de Davi” traduz a expectativa popular da
vinda do Messias, anunciado a Davi pelo profeta Natan e cuja promessa fora
muitas vezes reiterada por Isaías, Jeremias e outros profetas. O mesmo título foi
utilizado pelo anjo Gabriel no anúncio a Maria, e o evangelista S. Mateus diz
que Jesus o merece juridicamente, por ser “da casa de Davi”.
Exprimindo
sua confiança em Jesus, como enviado de Deus, os dois cegos clamam por
misericórdia. Mas Ele não quer simplesmente curá-los da cegueira corporal, quer
também libertá-los da cegueira do coração, levando-os a uma confiança
inabalável na ajuda de Deus. Observa Orígenes: “Aquele que é cego nos olhos do
corpo não pode receber a luz do sol e da lua; igualmente, quem não crê não é
capaz de contemplar a luz de Cristo”. Por isso, o Senhor lhes pergunta: “Credes
vós que tenho poder de fazer isso? ” A intenção é provocar a fé e fazê-los reconhecer
que nele se oferece uma nova comunhão com Deus. Mas tudo depende da real decisão
deles. Só então após terem respondido: “sim, Senhor”, é que eles são iluminados
pelo resplendor da luz divina, sinal da presença salvadora de Deus.
Enviado pelo Pai, Jesus remove do
coração humano a cegueira do erro e da maldade. Após, recomenda-lhes: “cuidado,
para que ninguém o saiba”, pois seu desejo é que o milagre fique só entre eles
e Deus. Mas os dois não dão atenção ao pedido do Senhor e começam a divulgar por
toda a parte quem os curou. Justamente por essa razão, o episódio narrado mostra-se
precioso, pois não só os devolvia a si mesmos, alegres e jubilosos, em seu
relacionamento com Deus, mas também eles se tornavam arautos do Evangelho. Na
experiência da graça do perdão, eles proclamam a fé em Jesus e que Deus é “o
soberano amante da vida” (Sab 11,24).
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