Reflexão do Evangelho de sexta-feira 25 de dezembro
Reflexão
do Evangelho de sexta-feira 25 de dezembro
Lc 2,
1-14 - Nascimento de Jesus
Natal, vinda do Filho de Deus, que “se
torna, escreve S. Beda, partícipe da nossa natureza, tornando-nos participantes
da sua graça”. Maravilhado, exclama S. Agostinho: “Desperta, ó homem, por tua
causa Deus se fez homem”. A salvação entrou no mundo, pois quem nasceu de Maria
é o nosso Salvador, “que assumiu nossa humanidade para nos comunicar as
riquezas da vida de Deus” (Orígenes). Alegrem-se os céus, exulte a terra,
porque aquele que é do céu está agora na terra.
Tudo que é de Deus nos é comunicado por
Jesus. Daí anunciarem os anjos aos pastores: “Alegrai-vos, nasceu-vos o
Salvador”, resplendor da luz divina, que veio ao mundo para iluminar todos os
povos. Comemorar o seu nascimento é ir ao presépio de Belém e adorar o Menino
Jesus, que não quis se manifestar em meio às pompas, mas na simplicidade de uma
criança e na pobreza de uma manjedoura. Declara
S. Ambrósio: “Jesus nasce de um seio materno, mas, igualmente, refulge no céu;
jaz num refúgio terreno, mas reina no esplendor celeste! ”.
Reconhecidos,
agradecemos o divino presente concedido por Deus. Os enfeites, a festa e os
presentes natalinos significam que somos nós os agraciados e presenteados por Ele.
Nessa compreensão, um presente, embora caro, e um simples e sincero sorriso se
equiparam. Da mesma forma, o aperto de mão, que demonstra amizade e
solidariedade, e o perdão que oferecemos ao irmão tornam-se sinais da bondade e
do amor de Deus para conosco. Noite santa, na qual se eleva o cântico de amor a
Deus e se expressa a fé presente no coração dos fiéis, prostrados ao lado do
Menino.
Porém, a pureza do momento se embaça e ficamos
alarmados com os abusos nos gastos e a sofisticação crescente das celebrações. Espontaneamente,
um clamor eleva-se aos céus. Ao nosso redor, jazem crianças sem teto e sem pão,
famílias na miséria e desassistidas. Com a voz embargada, unidos aos anjos,
entoamos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”.
Paz aos que se solidarizam com seus irmãos e partilham seus bens com
generosidade e amor. Pois, como escreve S. Efrém, “no momento em que a
divindade desceu e revestiu-se de humanidade os anjos exclamaram: ‘paz na terra’;
e quando a humanidade subiu para ser absorvida na divindade e sentar-se à sua
direita, gritavam as crianças: ‘paz no céu’, ‘hosana no mais alto dos céus’”.
Cristo
nasce, cantemos glória, Cristo desce do céu, vamos ao seu encontro; a paz
penetra, suavemente, o nosso coração, e um olhar de admiração leva-nos a cantar
e a louvar a presença do Menino Deus, dom gratuito do amor e da liberdade
divina. Ele vem a nós na doação do seu amor divino e nele abeiramo-nos do
abismo do Mistério da gratuidade de nossa própria existência. É Natal, o Filho
de Deus se fez carne, alegremo-nos, pois as trevas do pecado se dissipam e o
mundo é iluminado pela brilhante luz da esperança, prelúdio da Ressurreição!
Abençoado Natal! Que a luz divina ilumine sua vida e a de seus
familiares!
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