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Mostrando postagens de abril, 2013

Reflexão do Evangelho do dia 30 de Abril de 2013

Terça-feira – 30 de abril Jo 14, 27-31: A paz eu vos deixo, a minha paz vos dou.                   A vida humana desenvolve-se sob o signo da possibilidade mais do que da necessidade. Pois o homem é um ser livre, que sempre poderá modificar o ponto de partida de seu agir, conferindo-lhe a marca de “autenticidade”. Mas ele é também livre para optar pelos seus objetivos e realizações. Enfim, a liberdade o define e lhe confere caráter de criatura humana. Daí a importância de ele estabelecer comunhão e diálogo para um discernimento reto e justo e para alimentar a esperança, que lhe descortina horizontes sempre novos. Caso contrário, ele pode enveredar-se para o egoísmo ou para a arrogante e irracional negação da esperança eterna. S. Agostinho fala da angústia e da fragilidade do caminhar humano. Precariedade da vida. Meditando sobre ela, Agostinho experimenta a mão misericordiosa de Deus, único uno e i...

Reflexão do Evangelho do dia 29 de Abril de2013

Segunda–feira – 29 de abril Jo 14, 21-26: Quem tem meus mandamentos                     Pasmos e emocionados os Apóstolos contemplam o Senhor ressuscitado. Por diversas vezes, ele lhes aparece e chega a comer com eles. Momentos de alegria em que, envolvidos pela sublime ação do Ressuscitado, eles se tornam “portadores do Espírito Santo” (S. Atanásio). “Judas, não o Iscariotes, pergunta: ‘Senhor, por que te manifestas a nós e não ao mundo?’” Uma diferença é estabelecida entre os que o seguem e os outros, o mundo. Seus seguidores guardam a sua palavra e abraçam a sua mensagem. Convertidos, eles constituem lugar de ressurreição e de vida nova, lugar pentecostal e de purificação interior, de onde eles se elevam até Deus. A palavra é acolhida e eles, antes pecadores e indignos, transformam-se em seres dignos de amor e amigos de Deus. Por isso, participam das riquezas divinas e, forjados como ima...

Reflexão do Evangelho do dia 28 de Abril de 2013

Domingo – 28 de abril Jo 13, 31-35: Glorificação de Jesus e o amor                     O texto de hoje constitui o prelúdio do Discurso de despedida do Senhor. Compõe-se de três temas específicos: A reciprocidade na glória, a partida de Jesus e a comunicação do amor trinitário. Durante a última Ceia, após a saída de Judas, Jesus diz aos demais Apóstolos: “Agora, o Filho do Homem foi glorificado”. Refere-se à sua despedida e à força irradiante do amor para significar a glória de Deus e de seu Cristo “na terra como no céu”. O termo glória, que na literatura bíblica significa manifestação, exprime em Jesus a manifestação de sua divindade. Assim, em sua vida pública, os milagres e o perdão concedido aos pecadores, sobretudo, sua morte e ressurreição dos mortos manifestam ser ele o Filho de Deus, nosso Salvador.              S. Cirilo de A...

Reflexão do Evangelho do dia 27 de Abril de 2013

Sábado – 27 de abril Jo 14, 7-14 - Eu sou o caminho, a verdade e a vida                     Jesus é o caminho para o Pai. Caminho prefigurado pelo povo de Israel, conduzido por Moisés, através do deserto, à Terra Prometida. No tempo presente, tendo “nossos olhos agora iluminados pelo colírio da fé” (S. Agostinho), percorremos a senda para o céu. Somos conduzidos não por Moisés, mas pelo divino Mediador, pois diz Jesus: “Ninguém vem ao Pai a não ser por mim”, por minha mediação. Em Jesus, Deus veio ao mundo para buscar “a ovelha desgarrada” e, “ao elevar-se aos céus, apresenta ao Pai a humanidade reencontrada” (S. Irineu). Eis o objetivo da vinda de Jesus: reconciliar-nos com Deus, para que nele encontremos a imortalidade e possamos atingir nossa plena realização.  Graças ao sangue precioso de Cristo, tornamo-nos criaturas renovadas, livres de toda iniquidade, pois, consumada em Jesus, ...

Reflexão do Evangelho do dia 26 de Abril de 2013

Sexta-feira – 26 de abril S. Jo 14, 1- 6 – Não se perturbe o vosso coração                     “Não se perturbe o vosso coração”, diz Jesus em tom de apaziguamento. Ele deseja tranqüilizar a consciência dos Apóstolos ainda perturbada pela questão: “Seria eu o traidor?” Ou pelo anúncio da negação de Pedro. Muito mais pelo fato da perspectiva de sua futura partida. Jesus transmite serenidade. Querendo consolidar neles a fé e a esperança, exorta: “Crede em Deus... e também em mim”. Equivalência, que não se justificaria caso Jesus não fosse Deus. Só em Deus se pode e se deve crer de modo absoluto. Finalmente, ele lhes indica o objetivo visado: preparar “na casa de meu Pai” um lugar para todos os que, crendo em mim, tornaram-se ”filhos de Deus”.           No Antigo Testamento, a Casa de Deus era o Templo, no qual Deus fizera sua “morada”. O mediador...

Reflexão do Evangelho do dia 25 de Abril de 2013

Quinta-feira – 25 de abril Mc 16, 15-20: S. Marcos Evangelista           Após anunciar a ressurreição do Senhor, o evangelista S. Marcos, sem descrever os detalhes das diversas aparições do Ressuscitado, encerra o relato do Evangelho com um breve “credo”. Com ênfase, destaca a cruz como lugar da revelação de Jesus, Filho de Deus e nosso Salvador. Desfecho solene, que ressoa como o final de uma sinfonia, cujos acordes devem chegar aos confins da terra. Pois, ao subir aos céus, o divino Mestre designa os Apóstolos para uma ação missionária universal: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura. Aquele que crer e for batizado será salvo”. Jesus sobe aos céus e está junto do Pai, sem deixar de estar conosco.              O Evangelho da salvação é para todos os povos e visa a salvação de todas as pessoas, pois o pecado velou, mas não aboliu a imagem de Deus, impressa...

Reflexão do Evangelho do dia 24 de Abril de 2013

Quarta-feira – 24 de abril Jo 12,44-50: Jesus, caminho para o Pai.           Presença de Deus no meio de nós, Jesus proclama que sua missão é ser luz do mundo, pois suas palavras se enraízam no sentimento que ele tem de sua relação especial com o Pai. Ele é a manifestação da glória do Pai: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas em quem me enviou. E quem me vê, vê aquele que me enviou”. Nesta frase, ele emprega o verbo “crer” no sentido de “ver”, com o intuito de conduzir os discípulos à visão da fé, experiência filial de Deus. Os ouvintes e também seus discípulos o ouvem numa atitude de incrédula obstinação. Pasmos, eles compreendem que Jesus fala da fé não  no sentido de um prolongamento de sua pessoa, mas como sendo ele mesmo: “Eu vim ao mundo como luz, para que não fique na escuridão quem crê em mim”.  S. Cirilo de Alexandria, colocando suas palavras nos lábios do Senhor, escreve: “Quando vós discípulos credes em mim,...

Reflexão do Evangelho do dia 23 de Abril de 2013

Terça-feira – 23 de abril Jo 10, 22-30: Jesus se declara Filho de Deus (cf. dia 21.04) - As ovelhas ouvem a voz do Pastor                       É a festa da Dedicação do Templo. Comemora-se a reconquista do Templo por Judas Macabeu, no ano 164 a.C.   Jesus encontra-se, justamente, “andando sob o pórtico de Salomão. Os judeus, então, o rodeiam” e o interrogam. A curiosidade deles é grande, não menos que a maldade presente em seus corações. Por isso, perguntam se Ele é de fato o Messias. E se o é porque, então, ele se apresenta igual a Deus. Primeiramente, Jesus os convida a ter confiança no Pai e, em seguida, voltando-se para seus discípulos, lança um apelo para que creiam em sua pessoa. O detalhe salientado pelo Evangelista de que “era inverno”, leva S. Agostinho a observar de “que o coração de seus ouvintes estava gelado, pois não se deixavam aquecer pelo Fogo divino...

Reflexão do Evangelho do dia 22 de Abril de 2013

Segunda-feira – 22 de abril Jo 10, 1-10: O Bom Pastor                     A imagem de Deus como pastor tem suas raízes na cultura aramaica, que precedeu os patriarcas de Israel. Os arameus eram nômades, em meio a uma civilização pastoril, em que o pastor caracterizava-se como chefe e amigo, forte para defender o rebanho dos assaltos de ladrões e feras, suave e delicado para cuidar das ovelhas e levá-las em seus braços caso se desgarrassem. No Antigo Testamento, Deus é denominado Pastor de seu povo e, nos Evangelhos, Jesus se apresenta como o bom Pastor, que arrisca sua vida para procurar e salvar a ovelha desgarrada. Embora não dê o título de pastor aos que o seguem, Jesus descreve o seu ministério, como também o de seus seguidores, sob os traços misericordiosos e solícitos do pastor que cuida de suas ovelhas e afadiga-se em buscar a ovelha perdida. À noite, ele as recolhe num espaço comu...

Reflexão do Evangelho do dia 21 de Abril de 2013

Domingo – 21 de abril Jo 10, 27-30: As ovelhas ouvem a voz do Pastor É a festa da Dedicação do Templo. Comemora-se a reconquista do Templo por Judas Macabeu, no ano 164 a.C.  Jesus encontra-se, justamente, “andando sob o pórtico de Salomão. Os judeus, então, o rodeiam” e o interrogam. A curiosidade deles é grande, não menos que a maldade presente em seus corações. Por isso, perguntam se Ele é de fato o Messias. E se o é porque, então, ele se apresenta igual a Deus. Primeiramente, Jesus os convida a ter confiança no Pai e, em seguida, voltando-se para seus discípulos, lança um apelo para que creiam em sua pessoa. O detalhe salientado pelo Evangelista de que “era inverno”, leva S. Agostinho a observar de “que o coração de seus ouvintes estava gelado, pois não se deixavam aquecer pelo Fogo divino, do qual só se aproxima pela fé”. Mas eles exclamam: “Até quando nos manterás em suspenso?” Questionando-se, pedem que Jesus lhes fale “abertamente”, talvez, pelo fato de ele lhes fal...

Reflexão do Evangelho do dia 20 de Abril de 2013

Sábado – 20 de abril Jo 6, 60-69: Esta palavra é dura           Muitos dos discípulos de Jesus, ouvindo-o, disseram: “Esta Palavra é dura!”. Se, por vezes, o bem e a verdade podem causar escândalo, porém, negados, jamais. Assim, embora empregue palavras duras para descrever a Eucaristia, seu corpo, pão descido do céu, Jesus não quer vê-las rejeitadas. Caso não sejam compreensíveis aos que se situam no nível carnal, elas iluminarão o coração dos que se abrem à fé e deixam o Espírito Santo atuar em sua vida. Urge tomar uma decisão. Os que permanecem presos a uma visão meramente humana, “voltam atrás e não andam mais com Jesus”. Acompanham-nos o orgulho e a autossuficiência, que os leva ao esquecimento de Deus, para quem nada é impossível. Jesus aguarda, ouve, e finalmente interpela: “O Espírito vivifica, a carne para nada serve. As palavras que vos disse são espírito e vida”.           Ningu...

Reflexão do Evangelho do dia 19 de Abril de 2013

Sexta-feira – 19 de abril Jo 6, 52-59: Jesus, pão de vida eterna As palavras de Jesus provocam reações as mais diversas. Uns as acolhem, outros as rejeitam ou delas se escandalizam. É justamente o que ocorre no Evangelho de hoje, quando Jesus afirma: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós”. Com sutileza, seus adversários colocam a questão: “Como este homem pode dar-nos a sua carne a comer?” À primeira vista, parece-nos que eles estariam expressando um ato de incredulidade. Existem também os que desejam conhecer melhor a mensagem de Jesus, como Nicodemos, que lhe pergunta: “Como pode um homem nascer uma segunda vez?” Ou a samaritana, que, à beira do poço de Jacó, admirada interroga: “Senhor, nem sequer tens uma vasilha e o poço é profundo; de onde, pois, tiras esta água viva?” Atitudes diferentes, mas todas elas deixando entrever certa objeção às palavras do Senhor. Bem diversa foi a atitude de Maria Santíssima. Ela não p...

Reflexão do Evangelho do dia 18 de Abril de 2013

Quinta-feira – 18 de abril Jo 6, 44-51: Eu sou o pão da vida- (as murmurações)                                                  Ao lado de Jesus, aglomera-se uma multidão. De modo claro e singelo, ele acaba de afirmar: “Eu sou o pão da vida”. As pessoas se entreolham e um murmúrio se eleva. Porque a estas palavras Jesus acresceu uma referência ao maná dado por Moisés, no deserto. Diz ele: “Vossos pais o comeram e, no entanto, morreram”.  Agora, Jesus lhes oferece o pão da vida, garantia de vida eterna, pois quem dele comer não morrerá. Comenta S. Irineu: “O pão e o vinho, recebendo a palavra de Deus, tornam-se a eucaristia, isto é, o corpo e o sangue de Cristo”. Assim, servindo-se do fato miraculoso ocorrido no tempo de Moisés, Jesus fala da E...

Reflexão do Evangelho do dia 17 de Abril de 2013

Quarta-feira – 17 de abril Jo 6, 35-40: Eu sou o Pão da Vida                     O pão simboliza o alimento necessário ao corpo para sua sobrevivência. Ao dizer ser o pão do céu, Jesus expressa algo mais. Não só nossa sobrevivência humana, mas, atribuindo ser o pão descido do céu, ele expressa ser a fonte de vida eterna, que ele deseja comunicar a toda a humanidade. São palavras simples e acessíveis a todos os que o ouvem. Assim fala Jesus para que todos compreendam a sua missão salvadora, que é matar a fome espiritual, equivalente, no caso da samaritana, junto ao poço de Jacó, a matar a sede para sempre.   No entanto, muitos que o ouvem não acolhem as suas palavras. Fato trágico da multidão que o vê, mas não crê em suas palavras. Por isso, ao falar da vontade do Pai, Jesus é levado a traçar o paralelismo entre o “ver” e o “crer”. Diz ele: “Sim, esta é a vontade de meu Pai: quem vê o...

Reflexão do Evangelho do dia 16 de Abril de 2013

Terça-feira – 16 de abril Jo 6, 30-35: Deu-lhes pão do céu a comer                     Parece-nos descabida a pergunta feita a Jesus: “Que sinal realizas, para que vejamos e creiamos em ti? Que obras fazes?” Pois ele acabara de realizar o milagre da multiplicação dos pães. Aliás, não são poucos os que desejam testá-lo e mesmo confundi-lo. Seus adversários são numerosos. Há os que julgam conhecê-lo bem e melhor e, por isso, pedem um sinal “proveniente do céu”, habilitando-o como enviado do Pai. Embora sua resposta não corresponda exatamente ao que eles querem, Jesus  remete-os, justamente, ao “alto”.             Reporta-se, primeiramente, ao maná, concedido ao povo, no deserto, a caminho da Terra Prometida. Indica o aspecto profético do maná: dom do Pai, que prenunciava sua vinda e preparava os corações para o que ele intencionava reve...

Reflexão do Evangelho do dia 15 de Abril de 2013

Segunda-feira – 15 de abril Jo 6, 22-29: Jesus em Cafarnaum           Entende-se a pregação de Jesus não como uma palavra abstrata, simplesmente informativa, mas como experiência da palavra humana, que estabelece um diálogo vital e pessoal com os seus ouvintes. Em sua peregrinação, Jesus e os Apóstolos entram na cidade de Cafarnaum. “Caphar” significa campo, “naum” consolação ou formoso. E, neste campo de consolação, suas palavras causam impacto, deixando muitos “extasiados com o seu ensino, porque lhes ensinava com autoridade e não como os escribas” (v.22). No dizer de S. Jerônimo, “ele ensinava como Senhor, não se apoiando em outra autoridade superior, mas a partir de si mesmo”. Suas palavras soavam no íntimo de seus corações, convocando-os a uma transformação interior. Ele simplesmente dizia: “Não julgueis para não serdes julgados”.            Mas o que impactava era o modo livre ...

Reflexão do Evangelho do dia 14 de Abril de 2013

Domingo – 14 de Abril Jo 21, 1-14: Aparição às margens do lago          Às margens do lago de Tiberíades, “Jesus manifestou-se novamente” aos Apóstolos, que passam por uma evolução interior. Deixando a desesperança, melhor, a incerteza e a dúvida, eles são conduzidos ao consolo e à fecundidade de uma certeza íntima de que “é o Senhor”. Renovados na fé, eles se nutrem na esperança da realização de suas promessas.          Um breve diálogo se estabelece entre Jesus e os Apóstolos. De modo informal, Jesus lhes pergunta: “Jovens, tendes algo para comer?” Eles, decepcionados por nada terem pescado, respondem com um seco “não”. Conservando sua serenidade e firmeza, Jesus ordena-lhes: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. As circunstâncias são significativas. Durante a noite, momento mais propício para a pesca, eles não tinham conseguido nada. O Senhor estava ausente. À luz do dia, ele se torna p...

Reflexão do Evangelho do dia 13 de Abril de 2013

Sábado – 13 de Abril Jo 6, 16-21 -  Jesus caminha sobre as águas                     Após despedir o povo e enviar os discípulos para a outra margem do lago, “Jesus subiu ao monte, a fim de orar”. Retira-se para a montanha, para perto de Deus. Silêncio e solidão. Logo após, ele vai ao encontro de seus discípulos, que, num barco, se dirigiam a Cafarnaum. A tarde já ia avançada quando Jesus se aproxima deles “caminhando sobre o mar”. Soprava um vento forte e impetuoso. Eles avistam, em meio às águas encapeladas, um vulto que se aproxima.           Vindo sobre as águas, Jesus faz menção de passar adiante, como o fez com os discípulos em Emaús. Provocação para despertá-los à responsabilidade da liberdade, pois Deus é aquele que passa. Assim se deu na primeira Páscoa do Egito ou nas grandes visões de Moisés ou de Elias. Também agora com a sua v...

Reflexão do Evangelho do dia 12 de Abril de 2013

Sexta-feira – 12 de abril Jo 6, 1-15: Multiplicação dos pães                     O capítulo sexto tem um significado todo especial no Evangelho de S. João. Jesus acaba de atravessar o lago da Galileia, subindo a um alto monte com seus Apóstolos. Uma grande multidão os segue “por causa dos sinais que ele operava nos doentes”. O termo sinal nos remete, possivelmente, aos ensinamentos sobre o pão do céu, o pão vivo, seu próprio corpo dado como alimento. Anteriormente, ao ouvirem estas palavras, muitos tinham se escandalizado, deixando-o. Agora, ao multiplicar os pães para alimentar a multidão, Jesus deseja que seus seguidores não considerem o sinal só sob o aspecto miraculoso, portentoso, mas como obra de Deus. O milagre da multiplicação dos pães deverá repercutir nos corações de todos como forte apelo à fé, convite a crer nele como o enviado de Deus, que revela a inaudita misericórdia divina,...

Reflexão do Evangelho do dia 11 de Abril de 2013

Quinta-feira – 11 de abril Jo 3, 31-36: Aquele que vem do alto           No relato bíblico, evidencia-se a diferença entre Jesus e os enviados “inferiores”, como João Batista, cujas palavras são humanas e limitadas à realidade terrena. Ao invés deles, Jesus fala com autoridade divina, pois ele vem do alto, de junto de Deus e está acima de todos. Acolher a sua Palavra é reconhecer ser ele a Verdade divina, a própria voz de Deus, dando testemunho “daquilo que viu”. A Epístola aos Hebreus proclama: “Ele é o resplendor da glória do Pai e a expressão do seu ser” (Hb 1,33). Mas, na vida terrena, sua glória só há de se manifestar no patíbulo da Cruz, “êxodo” pascal ou ascensão (analèpsis) para o Pai. Aliás, ao anunciar por três vezes a sua cruz, ele sempre a situa no quadro de seu retorno para o Pai.             Desde toda a eternidade, o Filho é confirmado pelo Pai, que lhe comunica s...

Reflexão do Evangelho do dia 10 de Abril de 2013

Quarta-feira – 10 de abril Jo, 3, 16-21: Jesus vida e luz (encontro com Nicodemos)          Jesus acolhe todos os que dele se aproximam. Nicodemos, membro do Sinédrio, é um deles, que o procura no silêncio da noite, às escondidas. As primeiras palavras do Senhor ressoam aos ouvidos do seu coração como um apelo à conversão e à abertura da mente ao transcendente: “Em verdade te digo: quem não nascer do alto não pode ver o Reino de Deus”. Inquieto e confuso, Nicodemos, para esconder seu espanto, interroga-o: Nascer de novo, “como pode isto acontecer?” Uma doce ironia envolve a  resposta de Jesus: “És mestre em Israel e ignoras essas coisas?” A seguir, remete-o ao tema do Filho do Homem, que, descendo de junto de Deus, subirá ao céu: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que seja levantado o Filho do Homem”. Alusão ao seu enaltecimento na cruz, sinal não de escândalo, mas de glória e exaltação.  S. Cirilo de...

Reflexão do Evangelho do dia 09 de Abril de 2013

Terça-feira – 09 de abril Jo 3, 7-15: Encontro com Nicodemos (II)                     “Não te admires de eu te haver dito: deveis nascer do alto”, comenta Jesus a Nicodemos. Nascer do alto, do Espírito, “é ser espírito e quem nasce da carne é carne”. Nascer do Espírito é não deixar-se determinar pelas realidades terrenas, mas alimentar-se da alegria de uma vida nova, orientada para Deus. S. Paulo dirá aos Romanos: “Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não deis atenção à carne para satisfazer as suas paixões”. Quem assim vive compreende e testemunha a mensagem alvissareira do Senhor, numa atitude vigorosa e ardente, já presente nos primeiros cristãos. Aliás, a arte leve e luminosa das catacumbas testemunha essa inspiração espiritual, que mudou, com delicadeza e suavidade, mas de modo profundo e radical, as relações humanas. Quem nasce da carne e nela permanece se enclausura no egoísmo, na ga...