Reflexão do Evangelho do dia 26 de Abril de 2013


Sexta-feira – 26 de abril
S. Jo 14, 1- 6 – Não se perturbe o vosso coração
         
          “Não se perturbe o vosso coração”, diz Jesus em tom de apaziguamento. Ele deseja tranqüilizar a consciência dos Apóstolos ainda perturbada pela questão: “Seria eu o traidor?” Ou pelo anúncio da negação de Pedro. Muito mais pelo fato da perspectiva de sua futura partida. Jesus transmite serenidade. Querendo consolidar neles a fé e a esperança, exorta: “Crede em Deus... e também em mim”. Equivalência, que não se justificaria caso Jesus não fosse Deus. Só em Deus se pode e se deve crer de modo absoluto. Finalmente, ele lhes indica o objetivo visado: preparar “na casa de meu Pai” um lugar para todos os que, crendo em mim, tornaram-se ”filhos de Deus”.
          No Antigo Testamento, a Casa de Deus era o Templo, no qual Deus fizera sua “morada”. O mediador escolhido por Ele, Moisés ou o Sumo Sacerdote, tinha acesso, uma vez por ano, ao Santo dos Santos. Esta “tenda do encontro” era modelo da realidade celeste e divina, penetrada por Jesus em seu sacrifício na cruz.
          As palavras “na casa do Pai” sugerem interiorização e intimidade com Deus. Remetem-nos ao castelo interior de S. Teresa de Jesus, em seu desejo de paz e de serenidade. Pois somos introduzidos na feliz e misericordiosa eternidade do Pai celestial. Ao dizer “muitas” moradas, ele designa um número ilimitado, ou seja, “um lugar” para cada um. Todos participarão da família de Deus, vivendo verdadeira e profunda comunhão com ele, segundo os diferentes graus de vida espiritual. Não se pode, no entanto, esquecer o que é dito pelo próprio Senhor: “Eu sou o Caminho” e “ninguém vem ao Pai a não ser por mim”. Por sua mediação. Escreve S. Teresa: “É por meio deste Senhor nosso que nos vem todos os bens. Ele ensinará o caminho: contemplemos sua vida, porque não há modelo melhor”.
 Estranho palpitar de profundo anseio invade, então, aquele que aspira, segundo S. Agostinho, “duas coisas: de início, o conhecimento da verdade, o que lhe é próprio; em seguida a continuação de sua existência, o que é comum a todas as pessoas. Cristo é o Caminho para se chegar ao conhecimento da verdade, pois ele mesmo é a Verdade. Cristo é o Caminho para se chegar à vida, pois ele é a Vida”. Por ser a Verdade e a Vida, Jesus é o caminho para o Pai. Trilhando a senda divina, suas palavras a percutir na alma humana traz-lhe profunda serenidade. Pois com carinho e ternura fraterna, ele completa: “Não se perturbe o vosso coração”!

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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