Reflexão do Evangelho do dia 06 de Abril de 2013


Sábado – 06 de abril
Mc 16, 9-15: Aparições de Jesus ressuscitado

          O evangelista apresenta um sumário das aparições de Jesus: a Maria Madalena, aos discípulos de Emaús e finalmente aos Onze. Forte apelo à fé, as aparições são reconhecidas como fonte do anúncio evangélico e um alerta contra a incredulidade dos que negam a mensagem do Senhor e a sua ressurreição.
O objetivo é preparar os ânimos dos discípulos para acolherem o mandato a eles conferido: “Ide por todo mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura. Aquele que crer e for batizado será salvo; o que não crer será condenado”. O fato de não crer ou a incredulidade não consiste, unicamente, na desconfiança legítima diante do anúncio das aparições. Circunscreve-se à falta de fé em Jesus e em sua mensagem. Por isso, os Apóstolos são confirmados e enviados como mensageiros para testemunhar, como Jonas, a benevolência de Deus e sua solicitude para com todos. Eles deixam ressoar as palavras do Senhor: “Eu vim não para condenar, mas sim para salvar”.   Não há espaço para o temor ou para merecer a salvação. Mas para acolher a vida de união com Deus, em seu inefável amor. “Pois umas gotas do sangue do Senhor reconstituem o universo inteiro e nos conferem a salvação” (S. Gregório de Nissa). Dos seus lábios brotarão palavras de misericórdia e de esperança: “Jesus é vosso perdão, ele é a Páscoa de salvação, é a vossa luz, a vossa ressureição” (Melitão de Sardes).
A alternativa: “aquele que crer... e aquele que não crer”, adquire sentido de decisão religiosa pessoal. Pois a ressurreição de Jesus expressa novidade de vida para todos os que o acolhem com fé. É compromisso na fé, decisivo para a salvação. “Que Cristo nasceu como homem, escreve S. Agostinho, creram tanto os amigos como os inimigos; que ele foi crucificado e morto e que ressuscitou só o sabem os amigos. Qual a razão? Cristo Senhor, no fato de nascer e de morrer, tinha o olhar posto na ressurreição; nela estabeleceu os limites de nossa fé”.
 S. Marcos finaliza o relato do Evangelho narrando a ascensão de Jesus ao céu e a sua entronização à direita do Pai. Ele é o Filho amado (hiós agapètos), presença única da divindade do Pai. Agora, ao se afastar dos discípulos, ele lhes garante sua ação contínua no meio deles. Sua obra não terminou. Ela continua, em outro plano: o da Igreja.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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