Reflexão do Evangelho do dia 25 de Abril de 2013


Quinta-feira – 25 de abril
Mc 16, 15-20: S. Marcos Evangelista

          Após anunciar a ressurreição do Senhor, o evangelista S. Marcos, sem descrever os detalhes das diversas aparições do Ressuscitado, encerra o relato do Evangelho com um breve “credo”. Com ênfase, destaca a cruz como lugar da revelação de Jesus, Filho de Deus e nosso Salvador. Desfecho solene, que ressoa como o final de uma sinfonia, cujos acordes devem chegar aos confins da terra. Pois, ao subir aos céus, o divino Mestre designa os Apóstolos para uma ação missionária universal: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura. Aquele que crer e for batizado será salvo”. Jesus sobe aos céus e está junto do Pai, sem deixar de estar conosco.   
          O Evangelho da salvação é para todos os povos e visa a salvação de todas as pessoas, pois o pecado velou, mas não aboliu a imagem de Deus, impressa em cada ser humano. Portanto, o Evangelho, sem violentar o ser humano, alimenta e realiza seu desejo de imortalidade. Escreve S. Gregório de Nissa: “A nossa natureza tem em si o princípio da imortalidade, que lhe permite tender ao que está acima dela, nutrindo seu desejo de eternidade”.  Se na ressurreição de Jesus, nós temos vida nova, em sua ascensão já participamos da comunhão eterna e feliz com Deus.
          Portanto, as palavras de S. Marcos tornam-se um hino à comunhão com Deus. E o céu não é apresentado como um lugar ou um espaço determinado, mas como sendo a transcendência divina; e nossa liberdade é vista como a efusão, em nós, da vida de Deus. Por isso, S. Agostinho dirá que a “liberdade é crescimento no bem”, caminho para a perfeição. Eis o escopo do Evangelista: transportar-nos à contemplação de uma realidade que nos ultrapassa e lançar-nos no inefável mistério do Deus Trino. A Ascensão do Senhor revela o nosso destino e Jesus, em sua natureza humana glorificada, é proclamado nosso divino intercessor junto ao Pai.  
          Belíssimo quadro traçado por S. Marcos no final do seu Evangelho, quadro emoldurado pela partida de Jesus e a despedida dos Apóstolos, que partem para anunciar o Evangelho e dar testemunho do Ressuscitado. Uma certeza anima os Apóstolos: Assim como o Pai, Jesus é Onipresente e estará com eles em sua missão evangelizadora. Seu poder os acompanhará e, no dizer de S. Paulo, eles serão: “Os colaboradores de Deus no Evangelho do Cristo” (1Th 3,2).

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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