Reflexão do Evangelho do dia 20 de Abril de 2013
Sábado – 20 de abril
Jo 6, 60-69: Esta palavra é dura
Muitos dos discípulos de Jesus,
ouvindo-o, disseram: “Esta Palavra é dura!”. Se, por vezes, o bem e a verdade
podem causar escândalo, porém, negados, jamais. Assim, embora empregue palavras
duras para descrever a Eucaristia, seu corpo, pão descido do céu, Jesus não
quer vê-las rejeitadas. Caso não sejam compreensíveis aos que se situam no
nível carnal, elas iluminarão o coração dos que se abrem à fé e deixam o
Espírito Santo atuar em sua vida. Urge tomar uma decisão. Os que permanecem
presos a uma visão meramente humana, “voltam atrás e não andam mais com Jesus”.
Acompanham-nos o orgulho e a autossuficiência, que os leva ao esquecimento de
Deus, para quem nada é impossível. Jesus aguarda, ouve, e finalmente interpela:
“O Espírito vivifica, a carne para nada serve. As palavras que vos disse são
espírito e vida”.
Ninguém lhe é indiferente. Seu coração
está aberto para todos. Por isso, ele insiste: “Este é o pão que desceu do céu.
Ele não é como o que os pais comeram e pereceram; quem come deste pão viverá
para sempre”. Ele inaugura algo radicalmente novo, a eucaristia, que torna
presente sua Paixão bem-aventurada, a Ressurreição e a gloriosa Ascensão aos
céus, na expectativa de sua última vinda. Para nós, mostra-se essencial a fé,
que, qual luz interior, nos assegura ser a hóstia consagrada “o pão descido do céu”,
“o pão da vida”, a carne do Filho de Deus feito homem, sacrificado para a
salvação do mundo. É o corpo do Senhor, ressuscitado e eternizado, que será
entregue como alimento a todas as gerações da terra. No dizer de S. Inácio de
Antioquia, a eucaristia é “alimento de ressurreição” ou, segundo S. Paulo,
“mistério da fé”.
Extasiado diante do maravilhoso
presente do Senhor, S. João Crisóstomo declara: “Os magos adoraram o corpo
reclinado na manjedoura. Não mais no presépio tu o vês, mas sobre o altar”. O
corpo eucarístico é presença do corpo histórico de Jesus, nascido de Maria, que,
pregado na cruz, sofre a paixão cruenta e, ressuscitado, sobe aos céus. Em sua
humanidade eucarística, Jesus compendia o mundo inteiro e, como alimento de
imortalidade, transfigura-o misteriosamente. Com simplicidade, declara S.
Irineu: “Os nossos corpos, que participam da Eucaristia, não são mais
corruptíveis, porque possuem a esperança da ressurreição”. E, movido pela
caridade, iluminada pela razão e pela fé, S. Ambrósio confessa: “Quem come a
vida não pode morrer. Ide a ele e saciai-vos, porque ele é o pão da vida”.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Comentários
Postar um comentário