Reflexão do Evangelho do dia 23 de Abril de 2013
Terça-feira – 23 de abril
Jo 10, 22-30: Jesus se declara Filho de Deus
(cf. dia 21.04) - As ovelhas ouvem a voz do Pastor
É a festa da Dedicação do Templo. Comemora-se a reconquista
do Templo por Judas Macabeu, no ano 164 a.C.
Jesus encontra-se, justamente, “andando sob o pórtico de Salomão. Os
judeus, então, o rodeiam” e o interrogam. A curiosidade deles é grande, não
menos que a maldade presente em seus corações. Por isso, perguntam se Ele é de
fato o Messias. E se o é porque, então, ele se apresenta igual a Deus.
Primeiramente, Jesus os convida a ter confiança no Pai e, em seguida,
voltando-se para seus discípulos, lança um apelo para que creiam em sua pessoa.
O detalhe salientado pelo Evangelista de que “era inverno”, leva S. Agostinho a
observar de “que o coração de seus ouvintes estava gelado, pois não se deixavam
aquecer pelo Fogo divino, do qual só se aproxima pela fé”. Mas eles exclamam:
“Até quando nos manterás em suspenso?” Questionando-se, pedem que Jesus lhes
fale “abertamente”, talvez, pelo fato de ele lhes falar, muitas vezes, “em
parábolas”. Jesus é cauteloso. Não diz ser o Cristo para que não surjam
mal-entendidos, pois entre eles era forte a expectativa da vinda de um Messias
guerreiro e político.
De modo direto e simples, Jesus lhes responde: “Já vo-lo
disse, mas não acreditais. As obras que faço, em nome de meu Pai, dão
testemunho de mim”. Portanto, bastavam-lhes os sinais realizados por Ele, ao
longo de seu ministério público, como a cura do cego e tantos outros milagres.
Tais sinais, realizados em nome do Pai, dão testemunho de quem é Ele. Mesmo
assim, eles não acreditam. Pior ainda. Querem apedrejá-lo, “porque sendo homem,
dizem eles, tu te fazes Deus”. Ora, é exatamente o que ele é: o Filho de Deus
feito homem.
Se alguns o rejeitam, outros, os que
pertencem ao seu rebanho, escutam a sua voz e o seguem. “A estes, diz Jesus, eu
dou a vida eterna” e eles jamais se perderão. Ele os recebeu do Pai e ninguém,
mesmo que venha com a audácia do ladrão ou com a violência do salteador, poderá
arrancá-los de suas mãos. O poder soberano do pastor, jamais abalado,
preservará as ovelhas do ataque inimigo. Tais palavras nos sensibilizam e nos
transmitem profunda confiança, preparando-nos para a declaração final: “Meu
Pai, que me deu tudo, é maior que todos”. S. Agostinho interpreta esta passagem
como uma referência à natureza e ao poder divinos dados pelo Pai ao Filho, o
divino Pastor.
Dessa maneira, Jesus proclama,
claramente, que sua ação e a do Pai são igualmente onipotentes, levando-o a
concluir: “Eu e o Pai somos um só”. Então, os acusadores sentem eriçarem-se
seus cabelos de indignação. Jesus não se altera. Sereno em sua bondade
magnânima, longe de se retratar, ele estende a filiação divina a todos os que o
acolhem. Aliás, ele veio ao mundo, justamente, para que eles participassem da
vida divina por filiação adotiva. O
essencial é abrir-se à Luz e “afastar-se das trevas”.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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