Reflexão do Evangelho do dia 24 de Abril de 2013


Quarta-feira – 24 de abril
Jo 12,44-50: Jesus, caminho para o Pai.

          Presença de Deus no meio de nós, Jesus proclama que sua missão é ser luz do mundo, pois suas palavras se enraízam no sentimento que ele tem de sua relação especial com o Pai. Ele é a manifestação da glória do Pai: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas em quem me enviou. E quem me vê, vê aquele que me enviou”. Nesta frase, ele emprega o verbo “crer” no sentido de “ver”, com o intuito de conduzir os discípulos à visão da fé, experiência filial de Deus. Os ouvintes e também seus discípulos o ouvem numa atitude de incrédula obstinação. Pasmos, eles compreendem que Jesus fala da fé não  no sentido de um prolongamento de sua pessoa, mas como sendo ele mesmo: “Eu vim ao mundo como luz, para que não fique na escuridão quem crê em mim”.  S. Cirilo de Alexandria, colocando suas palavras nos lábios do Senhor, escreve: “Quando vós discípulos credes em mim, eu que me tornei homem como vós e para vós, vós não credes estar colocando vossa fé em um homem: pois eu sou Deus por natureza, embora reconhecido semelhante a vós. O Pai está em mim e porque eu sou consubstancial ao Pai, vossa fé chega até o Pai”.
O desejo ardente de Jesus é que todos se salvem e, iluminados pela fé, sejam conduzidos à eternidade feliz e misericordiosa do Pai. Declaração clara de que ele não veio para condenar, mas para revelar o quanto Deus nos ama.  A Palavra do Pai, seu Filho Jesus, em sua encarnação redentora, revela-se presença plena do amor divino, amor que inflama o coração de todos os que o acolhem. Estabelece-se entre ele e nós um diálogo de vida eterna, em que, unidos pelo amor, somos lançados nos espaços trinitários. O nosso coração absorve o Senhor, e o Senhor o nosso coração, de dois tornam-se um. Ele ensina-nos, então, a compreender o Pai como vida de nossa vida, alma de nossa alma, e o ouvimos dizer: “Não falei por mim mesmo. Mas o Pai, que me enviou, me prescreveu o que dizer e de que falar e sei que seu preceito é vida eterna” (v.49).
 Portanto, Jesus é a presença definitiva de Deus entre nós e, em seu amor gratuito e dadivoso, ele quer que trilhemos, graças ao Espírito Santo, o caminho de uma humanidade transfigurada, na qual transpareça a face amorosa e misericordiosa do Pai.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 51-56 - Jesus não é acolhido pelos samaritanos - Terça-feira 30 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 5-13 – A oração perseverante (amigo importuno) - Quinta-feira 09 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Jo 7,37-39 - Promessa da água viva - Sábado 07 de Junho