Reflexão do Evangelho do dia 28 de Abril de 2013


Domingo – 28 de abril
Jo 13, 31-35: Glorificação de Jesus e o amor
         
          O texto de hoje constitui o prelúdio do Discurso de despedida do Senhor. Compõe-se de três temas específicos: A reciprocidade na glória, a partida de Jesus e a comunicação do amor trinitário. Durante a última Ceia, após a saída de Judas, Jesus diz aos demais Apóstolos: “Agora, o Filho do Homem foi glorificado”. Refere-se à sua despedida e à força irradiante do amor para significar a glória de Deus e de seu Cristo “na terra como no céu”. O termo glória, que na literatura bíblica significa manifestação, exprime em Jesus a manifestação de sua divindade. Assim, em sua vida pública, os milagres e o perdão concedido aos pecadores, sobretudo, sua morte e ressurreição dos mortos manifestam ser ele o Filho de Deus, nosso Salvador.   
          S. Cirilo de Alexandria observa que, ao falar de sua glória, Jesus “significa sua Paixão, agora iminente, sinal de nossa salvação, primícias da vida nova de comunhão com Deus, para todos seus discípulos”. E conclui ele: “E tais palavras são eficazes para nós, se nós glorificamos a Deus em nossa vida, pois diz Jesus: ‘Os que me glorificam, eu os glorificarei, eles não serão desprezados’”. Eles serão não só testemunhas do pecado reparado, da morte abolida, mas de uma vida vivida pelo ser humano, que não é mais vida de simples criatura, mas a vida mesma do criador comunicada à criatura. Eles participarão de sua glória.
          Compreende-se, então, a solidariedade com Cristo, melhor, a inclusão em Jesus de toda a humanidade regenerada. Toda a criação é remetida ao Criador, glorificado em Jesus. Esta reciprocidade é descrita pelo próprio Senhor, que, por cinco vezes em dois versículos, cita o verbo “glorificar”, aplicando-o tanto a ele como ao Pai, para afirmar a total unidade de ambos. Assim, a despedida designa não simplesmente sua ascensão aos céus, mas principalmente a condição terrestre em que seus discípulos permanecerão por algum tempo. Tudo é provisório. A própria partida associa-se ao retorno e ao reencontro eterno. Se não podem ir agora, eles irão mais tarde. À diferença daqueles que não creem em Jesus, eles estarão com ele.
          Na reciprocidade entre Deus e nós, a distância, porventura existente, é vencida pelo amor. Daí a sua recomendação: amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado. Amar com um amor divino, total, plenamente comunicativo como é o amor de Deus. Amor que nos une a Deus e aos nossos semelhantes.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM 

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