Reflexão do Evangelho do dia 08 de Abril de 2013
Segunda-feira – 08 de abril
Lc 1, 26-38: A Anunciação do Senhor
No anúncio do nascimento
de Jesus, Maria encontra-se em oração. O arcanjo Gabriel, que significa
“fortaleza de Deus”, aparece-lhe e diz-lhe: “Alegra-te, cheia de graça”. A Tradição, desde os primeiros anos da
Igreja, tem sublinhado o paralelo entre a Virgem Maria e Eva, “mãe de todos os
viventes”, entre o “fiat”, o faça-se da anunciação, e a desobediência, causa
decisiva do “Pecado Original”.
Tal paralelismo,
acentuado pela Tradição antiga, também pelos comentadores contemporâneos,
mostra que, longe de ser artificial, oferece ao acontecimento um alcance
absolutamente universal. Observa S. Beda: “Como Eva trouxe no seio toda a
humanidade condenada ao pecado, agora Maria traz no seu seio o novo Adão que
com a sua graça dará vida a uma nova humanidade”. O texto bíblico descreve este
momento ao dizer: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma
virgem desposada com um homem que se chamava José”. Segundo o costume judaico,
o termo desposada indica um matrimônio real, ainda não consumado: realidade não
menos fundamental, e que será destacado desde a origem da Igreja. Escreve S.
Ambrósio: “A Escritura tem razão ao especificar as duas coisas: que ela era desposada,
e virgem: virgem, para que se saiba que não teve relações com um homem”. S.
Jerônimo, meditando sobre este texto, destaca: “É uma esposa prometida e uma
virgem que permanecerá, tal como, mesmo depois do nascimento de Jesus”.
Houve uma origem com o
casal Adão e Eva. No princípio da nova criação, também há uma mulher e um
homem. José é indicado como sendo “da linhagem”, mas também “da casa de Davi”,
fato que atesta o cumprimento das profecias e proclama que Jesus é o Messias
esperado e anunciado pelos profetas. A declaração torna-se ainda mais vigorosa
ao se dizer: “O anjo Gabriel foi enviado por Deus”. A forma passiva do verbo
mostra que a iniciativa vem do alto, acima do anjo Gabriel, do Deus Altíssimo.
O anjo é enviado por Ele para anunciar a concepção virginal daquele que é o
“Enviado do Pai”, o Messias Salvador.
Não deixa de ter todo um
sentido espiritual a saudação inicial: “Ave, cheia de graça”. Se Maria é
efetivamente “cumulada de graça”, o anjo assinala que tal dom não provém dela
mesma, mas sim de Deus e de sua suprema benevolência para com a humilde Virgem.
Pelo poder de Deus, ela é concebida sem pecado original. Ela é a Imaculada
Conceição. Enfim, a forma verbal, perfeito passivo, mostra que esta graça lhe
foi definitivamente concedida. Quem nascerá dela é o “Filho do Altíssimo” e seu
“Reino não terá fim”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Comentários
Postar um comentário