Reflexão do Evangelho do dia 03 de Abril de 2013
Quarta-feira – 03 de abril
Lc 24, 13-35: Os discípulos de Emaús
Após a morte de Jesus, desconsolados e
tristes, dois dos seus discípulos afastam-se de Jerusalém. O próprio Senhor
Ressuscitado vem encontrá-los, pondo-se a caminho com eles. A pouco e pouco Ele
os reanima infundindo em seus corações o ardor da fé e mostrando-lhes, pelas
Escrituras, que Ele ressuscitaria ao terceiro dia. Também nós, em meio às angústias
e dúvidas, uma certeza nos anima. O Senhor está conosco e, em sua bondade e
paciente misericórdia, fortalece-nos interiormente. Ele não nos abandona.
No dia anterior à sua morte, Jesus revelara aos discípulos o
sinal para o reconhecimento de sua presença: a Eucaristia. Agora, junto a eles,
ao longo do caminho, Jesus não é reconhecido. O obstáculo não se encontra nele,
mas nos discípulos, o que leva S. Agostinho a dizer: “O pecado e suas más ações
os impediam de reconhecê-lo, imediatamente, pois, por si mesmos, eles eram
incapazes de divisar a verdade. Ao vê-lo pregado na cruz, eles se esqueceram de
seus ensinamentos. Agora, o Mestre caminhava com eles e era para eles o próprio
caminho”.
A paciência do Senhor é inesgotável.
Dá-lhes uma belíssima lição de como chegar à fé, partindo de Moisés, remete-os aos
profetas, sem deixar de aludir aos Salmos e aos Sapienciais. Através da Lei, dos
Profetas e da Sabedoria, ele mostra a lógica harmoniosa do Antigo Testamento,
que se realiza nele, esplendor da glória do Pai. Ao ouvirem suas palavras, escreve
S. Hipólito, “arde-lhes o fogo do amor, no espírito e no corpo, alimentado pelo
mesmo óleo de Cristo morto e ressuscitado”.
O caminho é longo, o dia declina e a tarde vai adiantada.
Sinal natural da caducidade de todas as realidades deste mundo. Em meio ao que
passa, soa o solene apelo ao que não passa. A tarde indica a santificação do
dia com seus trabalhos, combates e com o “peso da jornada”. É a hora da
esperança, em que “a prece sobe a Ti como um incenso vespertino” (Sl. 141). Então,
na estalagem, Jesus “tomou o pão, abençoou-o, depois, partiu-o e distribuiu-o a
eles”. Imediatamente, abrem-se seus olhos interiores.
O pão partido é a Eucaristia, “o pão de vida e, exclama S.
Hipólito, quem come a vida não pode morrer”, pois ela é força real de
ressurreição ou, no dizer de S. Inácio de Antioquia, “fermento de imortalidade”.
Naquele instante, purificam-se seus corações e corpos no fogo eucarístico, forma
permanente da aparição do Ressuscitado e eles reconhecem o Mestre. S. Gregório de Nissa declara: “Graças à união
com o corpo imortal, eles participam do modo de ser que não conhece jamais a
corrupção” e alegres, céleres, retornam a Jerusalém para contar aos Apóstolos a
boa-nova da Ressurreição do Senhor.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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