Reflexão do Evangelho do dia 13 de Abril de 2013


Sábado – 13 de Abril
Jo 6, 16-21 -  Jesus caminha sobre as águas
         
          Após despedir o povo e enviar os discípulos para a outra margem do lago, “Jesus subiu ao monte, a fim de orar”. Retira-se para a montanha, para perto de Deus. Silêncio e solidão. Logo após, ele vai ao encontro de seus discípulos, que, num barco, se dirigiam a Cafarnaum. A tarde já ia avançada quando Jesus se aproxima deles “caminhando sobre o mar”. Soprava um vento forte e impetuoso. Eles avistam, em meio às águas encapeladas, um vulto que se aproxima.
          Vindo sobre as águas, Jesus faz menção de passar adiante, como o fez com os discípulos em Emaús. Provocação para despertá-los à responsabilidade da liberdade, pois Deus é aquele que passa. Assim se deu na primeira Páscoa do Egito ou nas grandes visões de Moisés ou de Elias. Também agora com a sua vinda entre os homens. Por isso, destaca S. João Crisóstomo, ele “não acorre imediatamente para salvar os discípulos, mas os instrui, através do temor, a afrontar os perigos e aflições”.
Assustados, eles ouvem a voz serena do Mestre: “Sou eu. Não temais”. Não é um fantasma, é o próprio Jesus. A expressão “não temais” significa “crede unicamente” e soa como um apelo aos Apóstolos para estarem abertos interiormente à presença divina, sempre surpreendente, e, assim, no dizer de S. Gregório de Nissa, “poderem penetrar no santuário do conhecimento de Deus”. Por isso, conclui Jesus: “Sou eu” para lembrar aos Apóstolos as manifestações inauditas de Deus, conduzindo o povo de Israel no deserto. Ele é presença, na história, do Deus “inefável”, que acompanha o seu povo à Jerusalém celeste.
 Uma exigência é feita: confiança e entrega irrestrita. Atitude fundamental, graças à qual seus discípulos alcançarão a pureza interior no generoso “fiat”, cuja recompensa é o encontro com o Senhor, em sua pobreza amorosa. Confiando nele, eles atingirão a serenidade (apátheia) e o repouso (hesychía), significados no fato de ele caminhar sobre as águas e apaziguar o mar. Caso afundem ou vacilem, não lhes faltará sua mão misericordiosa.
           
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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