Reflexão do Evangelho do dia 21 de Abril de 2013
Domingo – 21 de abril
Jo 10, 27-30: As ovelhas ouvem a voz do Pastor
É a festa da Dedicação do Templo. Comemora-se a reconquista
do Templo por Judas Macabeu, no ano 164 a.C. Jesus encontra-se, justamente, “andando sob o
pórtico de Salomão. Os judeus, então, o rodeiam” e o interrogam. A curiosidade
deles é grande, não menos que a maldade presente em seus corações. Por isso,
perguntam se Ele é de fato o Messias. E se o é porque, então, ele se apresenta igual
a Deus. Primeiramente, Jesus os convida a ter confiança no Pai e, em seguida, voltando-se
para seus discípulos, lança um apelo para que creiam em sua pessoa. O detalhe
salientado pelo Evangelista de que “era inverno”, leva S. Agostinho a observar
de “que o coração de seus ouvintes estava gelado, pois não se deixavam aquecer
pelo Fogo divino, do qual só se aproxima pela fé”. Mas eles exclamam: “Até
quando nos manterás em suspenso?” Questionando-se, pedem que Jesus lhes fale
“abertamente”, talvez, pelo fato de ele lhes falar, muitas vezes, “em parábolas”.
Jesus é cauteloso. Não diz ser o Cristo para que não surjam mal-entendidos,
pois entre eles era forte a expectativa da vinda de um Messias guerreiro e
político.
De modo direto e simples, Jesus lhes responde: “Já vo-lo
disse, mas não acreditais. As obras que faço, em nome de meu Pai, dão
testemunho de mim”. Portanto, bastavam-lhes os sinais realizados por Ele, ao
longo de seu ministério público, como a cura do cego e tantos outros milagres. Tais
sinais, realizados em nome do Pai, dão testemunho de quem é Ele. Mesmo assim, eles
não acreditam. Pior ainda. Querem apedrejá-lo, “porque sendo homem, dizem eles,
tu te fazes Deus”. Ora, é exatamente o que ele é: o Filho de Deus feito homem.
Se alguns o rejeitam, outros, os que
pertencem ao seu rebanho, escutam a sua voz e o seguem. “A estes, diz Jesus, eu
dou a vida eterna” e eles jamais se perderão. Ele os recebeu do Pai e ninguém,
mesmo que venha com a audácia do ladrão ou com a violência do salteador, poderá
arrancá-los de suas mãos. O poder soberano do pastor, jamais abalado,
preservará as ovelhas do ataque inimigo. Tais palavras nos sensibilizam e nos
transmitem profunda confiança, preparando-nos para a declaração final: “Meu
Pai, que me deu tudo, é maior que todos”. S. Agostinho interpreta esta passagem
como uma referência à natureza e ao poder divinos dados pelo Pai ao Filho, o
divino Pastor.
Dessa maneira, Jesus proclama,
claramente, que sua ação e a do Pai são igualmente onipotentes, levando-o a
concluir: “Eu e o Pai somos um só”. Então, os acusadores sentem eriçarem-se seus
cabelos de indignação. Jesus não se altera. Sereno em sua bondade magnânima, longe
de se retratar, ele estende a filiação divina a todos os que o acolhem. Aliás, ele
veio ao mundo, justamente, para que eles participassem da vida divina por
filiação adotiva. O essencial é abrir-se
à Luz e “afastar-se das trevas”.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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