Reflexão do Evangelho do dia 18 de Abril de 2013
Quinta-feira – 18 de abril
Jo 6, 44-51: Eu sou o pão da vida- (as murmurações)
Ao lado de Jesus, aglomera-se uma
multidão. De modo claro e singelo, ele acaba de afirmar: “Eu sou o pão da
vida”. As pessoas se entreolham e um murmúrio se eleva. Porque a estas palavras
Jesus acresceu uma referência ao maná dado por Moisés, no deserto. Diz ele: “Vossos
pais o comeram e, no entanto, morreram”.
Agora, Jesus lhes oferece o pão da vida, garantia de vida eterna, pois
quem dele comer não morrerá. Comenta S. Irineu: “O pão e o vinho, recebendo a
palavra de Deus, tornam-se a eucaristia, isto é, o corpo e o sangue de Cristo”.
Assim, servindo-se do fato miraculoso ocorrido no tempo de Moisés, Jesus fala
da Eucaristia, com o mais puro realismo. A admiração é grande.
Sua intenção é introduzir os discípulos em uma relação com Deus,
que é Pai, baseada na confiança, no amor e na obediência. Desse modo, penetrando
na intimidade do coração do Pai, eles serão revigorados na fé e conduzidos a acolher
o Filho. Eles estarão capacitados interiormente a acolher a grande “novidade”
da eucaristia, novidade inédita em relação ao Antigo Testamento. Com firmeza e
clareza, ele declara ser “o pão descido do céu” e os que dele comerem não verão
a morte. Ele é o Pão da Vida.
Desde já, participamos desta vida, recebendo a
Eucaristia, alimento de ressurreição e acolhendo o que ele nos transmite por
palavras. Exclama S. Ambrósio: “Quem come a vida não pode morrer. Ide a ele e
saciai-vos, porque ele é o pão da vida. Ide a ele e sereis iluminados, porque
ele é a luz. Ide a ele e vos tornareis livres, porque onde está o Espírito do
Senhor lá está a liberdade”. Jesus não só nos concede a vida, mas ele é o “pão
vivo”, ele é a vida, força para o momento presente e para a vida futura. Nele
vivemos “para a eternidade”, entendida não no sentido de um mero prolongamento
da vida terrena ou de um “descanso eterno”, mas como vida nova, pois somos
elevados à órbita própria da vida divina.
Portanto, pela fé e pela vontade
salvadora, poderosa e eterna do Pai, somos conduzidos a Jesus, seu Filho amado.
E ele, imolando-se por nós, oferece-nos, como resposta ao seu infinito amor, a Eucaristia.
Assim, alimentados pelo pão da Palavra e da Eucaristia, somos atraídos à esfera
divina, assimilando-nos a ele. S. Agostinho, em seu silêncio místico, declara:
“Nós somos aquele que recebemos”, pois quem adere a Jesus possui “a vida de um
novo mundo”.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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