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Mostrando postagens de março, 2013

Reflexão do Evangelho do dia 02 de Abril de 2013

Terça-feira – 02 de abril Jo 20, 11-18: Aparição a Maria Madalena             No primeiro dia da semana, Jesus ressuscita dos mortos. “O dia da ressurreição, diz S. Agostinho, é o escatológico oitavo dia, graças ao qual nos tornamos partícipes da nova criação representada pela nova semana, pois o desonroso escândalo da crucifixão de Jesus e o horror da sua morte foram vencidos. Assim como a luz expulsa as trevas, na aurora do novo dia, surge agora o primeiro dia da nova era de salvação”. A primeira série das aparições de Jesus, mais pessoais e tocantes, tem como protagonistas as santas mulheres e os Apóstolos Pedro e João. Hoje, o Evangelho narra o encontro de Jesus com Maria Madalena. Em descrição simples e de inefável condescendência divina, destaca-se o valor das “intuições do coração”. Voltada para o túmulo vazio, Maria, mergulhada em sua dor, não o reconhece imediatamente. A voz do Senhor soa, então, clara e suave. Mas ela só a reconhece ao ouvi-lo pronunciar o seu n

Reflexão do Evangelho para dia 01 de Abril de 2013

Segunda-feira – 01 de abril Mt 28, 8-15: Aparição às santas mulheres                     Peregrinando de cidade em cidade, Jesus levava, com seus discípulos, uma vida itinerante. As “santas mulheres” os acompanhavam e os serviam com os seus bens. Raras vezes citadas, mostravam-se silenciosas, de grande afabilidade e generosidade. Elas exprimiam, assim, o agradecimento pelo muito que tinham recebido do Senhor. Após o sepultamento do Mestre, elas vão ao túmulo para lhe prestar homenagem. Encontram-no vazio e a pedra retirada. O anjo, que guarda o recinto, as exorta: “Não temais! Sei que estais procurando Jesus, o crucificado. Ele não está aqui, ele ressurgiu, conforme havia dito”. A morte foi vencida. Vitória da vida, um novo tempo surgia, primícias da consumação dos séculos. “Ressuscitando dos mortos, ressuscitou também a humanidade das profundezas do sepulcro” (Melitão de Sardes).           Jesus ressuscitado “saiu ao encontro delas, dizendo-lhes: alegrai-vos. Elas, aprox

Reflexão do Evangelho do dia 31 de Março de 2013

Domingo de Páscoa – 31 de março Jo 20, 1-9 – Ressurreição do Senhor             Primeiro dia da semana, bem cedo, o sol ainda não tinha despontado, Maria Madalena já se dirige ao túmulo de Jesus. A pedra, que estava diante dele, fechando-o, estava removida. Admirada, talvez assustada, ela corre até Simão Pedro e ao outro discípulo, que céleres se dirigem ao túmulo. João vai mais rápido, por causa de sua juventude, também, comentam alguns S. Padres, “pelo seu zelo de amor”. Fariam a verificação, assim dita oficial, do túmulo vazio. Tendo chegado primeiro, o Apóstolo João espera por Pedro, sinal sem dúvida de notável deferência, primeiro sinal de reconhecimento do primado do Apóstolo Pedro.             Pedro entra, também “o outro discípulo, aquele que tinha chegado primeiro ao túmulo”, e ele “vê e crê”. Ao Apóstolo Pedro cabe a precedência, a João, o discípulo amado, a fé. É o despontar da fé na ressurreição do Senhor. Ao contrário de Lázaro, a ressurreição não é uma sim

Carta Pastoral - Em busca de uma vida sem pecado

Carta Pastoral - Em busca de uma vida sem pecado Páscoa de 2013           Após algum tempo, volto a dirigir a todos os diocesanos uma Carta Pastoral, que é própria do bispo e que tem por finalidade ensinar e orientar.             No início da vida cristã, a grande preocupação era a difusão da mensagem evangélica e a orientação das consciências dos que se convertiam à fé. Todo o esforço era feito no sentido de que eles se afastassem do pecado e pautassem suas vidas segundo os ensinamentos de Jesus. Nos Atos dos Apóstolos, encontramos o reconhecimento por parte dos Apóstolos do poder que o Senhor lhes tinha concedido de ligar e desligar, de reter e perdoar os pecados. É o caso da fraude de Ananias e Safira, colocados diante do Apóstolo Pedro.           São também claras as admoestações de S. Paulo contra os idólatras, adúlteros, avarentos, ladrões, blasfemadores, aos quais os cristãos de Corinto pertenciam antes de sua conversão (1Cor 5,9-11). Reflete-se

Reflexão do Evangelho do dia 29 de Março de 2013

Sexta-feira – 29 de março Jo 18, 25-30 – Paixão de Jesus                     Durante a Ceia da Quinta-feira Santa, Jesus é paz e serenidade. Suas palavras traduzem seu incomensurável amor por toda a humanidade. Subindo aos céus, para junto do Pai, ele não abandona seus irmãos. Permanece entre nós, de modo real e verdadeiro, graças à instituição da Eucaristia. Ela atualiza o sacrifício da Cruz e sua oblação ao Pai. Porém, sendo Deus, ele é verdadeiramente homem. No amor e expressando seu amor por nós, ele caminha para o Horto das Oliveiras. Em seu olhar interior, ele prevê, melhor, antevê os sofrimentos pelos quais irá passar. Seus lábios se abrem numa prece, murmúrio de uma alma aflita: “Pai, se possível, afaste de mim este cálice”. Luta interior e, ao contrário de Adão, vitória da vontade do Pai: “Não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres”.           Na sexta-feira santa, preso, arrastado e vilipendiado, ele é lançado na prisão.   É a sua paixão, mais tarde,

Reflexão do Evangelho do dia 28 de Março de 2013

Quinta-feira santa – 28 de março Jo 13, 1-15 – Última Ceia                     A última Ceia é o momento preparado por Jesus ao longo de sua missão. Com uma abertura solene, ele o anuncia: É chegada a “hora” e é esta a hora.   É o final de sua missão. Pulsava-lhe de ansiedade o coração, palpitante de amor. Seu último e mais íntimo discurso: “Tendo amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim”. “Até o fim”, significa não só o último momento, mas “a plenitude”, que corresponderia à expressão na cruz: “Tudo está consumado”. Ao narrar a última Ceia, o evangelista S. João destaca, sobretudo, dois significativos instantes: o lava-pés e o mandamento do amor, partes integrantes do mistério eucarístico. A Ceia revela o sentido que Jesus quis dar à Cruz, abraçada livremente por ele. Escreve S. João Crisóstomo: “Jesus não quer omitir nada do que pode fazer por alguém que Ele ama com o maior amor”.           Jesus encontra-se no centro, rodeado por seus discípulos, que es

Reflexão dos Evangelhos dos dia 26 e 27 de Março de 2013

Terça-feira / Quarta-feira – 26 e 27 de março Jo 13, 21-33.36-38 / Mt 26, 14-25: Anúncio da traição de Judas                     Durante a última ceia, diz Jesus: “Um de vós me entregará”. Tais palavras, justamente pela sua imprecisão, trazem inquietação aos Apóstolos. Perplexos, entreolharam-se em silêncio. Quem será? Escreve Orígenes: “Jesus fala, de modo geral, para provar a qualidade de seus corações, para mostrar que os Apóstolos acreditavam mais nas palavras do Mestre, que em sua própria consciência. Os Apóstolos eram ainda fracos, temerosos e inseguros, pelo que perguntam, duvidando deles mesmos: ‘Sou eu, Senhor?’”           O discípulo, que Jesus amava, pergunta-lhe: “Quem é Senhor?”. A Tradição viu neste discípulo, o próprio João, um dos três Apóstolos escolhidos como testemunhas da ressurreição da filha de Jairo, da Transfiguração e da Agonia de Jesus. Reflete S. Beda: “O fato de ele ter reclinado sua cabeça sobre o peito do Mestre era sinal não só da dileção

Reflexão do Evangelho do dia 25 de Março de 2013

Segunda-feira – 25 de março Jo 12, 1-11: A unção de Betânia                     Pouco antes da Páscoa, em Betânia, durante a refeição, uma mulher derrama sobre os pés de Jesus um precioso perfume. O fato de ungir os pés e a cabeça de um convidado era prova de respeito, muito frequente naquela época. Porém, tal gesto foi reprovado por um dos discípulos, Judas Iscariotes. Ouvindo-o, Jesus justifica e   louva o ato daquela mulher, levando os Apóstolos à compreensão da lei do gratuito e do valor absoluto do amor a Deus, simbolizados pelo nardo puríssimo. Os problemas do mundo: pobreza, sofrimento e injustiça, não são afrontados com a lógica de Judas, bolsa cheia, mas com a lógica do Evangelho, amor gratuito e generoso. Nesse sentido, observa S. Cirilo de Alexandria: “Marta serve, Maria derrama o perfume: assim, pelas duas, efetiva-se o amor total”. Maria “tomou uma libra de um perfume de puro nardo”. Ao utilizar o termo grego “pistikós”, traduzido por “puro” ou digno de fé,

Reflexão do Evangelho do dia 24 de Março de 2013

Domingo de Ramos – 24 de março Jo 12, 12-16 - Entrada em Jerusalém             Na abertura da Semana Santa, a entrada triunfante de Jesus constitui o ponto alto de toda a quarta parte do Evangelho, polarizada pela subida de Jesus à cidade de Jerusalém. A procissão dos “Ramos” até o Templo prefigura a verdadeira natureza da glória de Cristo: sua humildade de servo sofredor. A morte na cruz não é um simples epílogo, ela é parte integrante de sua missão, que culminará no encontro com o Pai, na Ressurreição e Ascensão.           Jesus entra em Jerusalém montado num burrico. O sonho, alimentado a respeito do Messias vencedor e glorioso, morreu em Jesus. Sua voz silenciosa e humilde clama contra o egoísmo e a ganância. Escreve S. Agostinho: “Ele não perde a divindade quando nos ensina a humildade. O que significa ao Rei dos séculos ser o Rei dos homens?” O próprio S. Agostinho responde: “Cristo não era Rei de Israel para impor tributos, nem para ter exércitos armados e guerre

Reflexão do Evangelho do dia 23 de Março de 2013

Sábado – 23 de março Jo 11, 45-56: Chefes dos judeus sentenciam a morte de Jesus           Reunidos, os chefes dos sacerdotes e os fariseus se perguntam: o que fazer com Jesus?   Acrescida do relato da ressurreição de Lázaro, a discussão é acalorada. Num clima tenso, em meio ao burburinho das vozes, as palavras se atropelam. Alguns alegam o perigo de repressão por parte dos romanos. Outros, movidos pela vaidade e soberba, não admitem a presença do povo ao redor de Jesus. S. Cirilo de Alexandria comenta que eles estariam “recriminando a si mesmos, por não terem matado Jesus antes da ressurreição de Lázaro. Exortam-se mutuamente ao crime, pois não suportam que as multidões creiam em Jesus. Consideram-se injustamente prejudicados em suas funções. Embora devessem saber que elas pertencem a Deus”.           Então, um dos membros do Sinédrio exclama: “Não compreendeis que é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?”. Era Caifás, o sumo sacerd

Reflexão do Evangelho do dia 22 de Março de 2013

Sexta-feira – 22 de março Jo 10, 31-42: Jesus, o Filho de Deus feito homem             Após invocar o testemunho do Pai, manifestado em suas obras, Jesus se volta para seus adversários e pergunta ironicamente: “Por qual delas quereis apedrejar-me?” Eles compreendem sua intenção e, com sutileza de espírito, respondem: “Não te lapidamos por causa de uma boa obra, mas por blasfêmia, porque, sendo apenas homem, tu te fazes Deus”. Acusam-no de insultar ao próprio Deus, o que o tornaria merecedor dos maiores castigos, pois, as palavras de Jesus lhes soavam como negação do monoteísmo, do Deus único da Aliança. Jesus não se retrata. De modo tranquilo, porém firme e claro, ele declara: “Eu e o Pai somos um (hen)”. O termo grego expressa que os dois constituem uma realidade só. Para os inimigos é o auge da afronta. Eles alçam a voz e o cumulam de acusações, pois, segundo a Lei, “toda a comunidade devia apedrejá-lo”. Consideravam que a presença de um só blasfemador no povo bastaria

Reflexão do Evangelho do dia 21 de Março de 2013

Quinta-feira – 21 de março Jo 8, 51-59: Antes que Abraão fosse, eu sou             Após dizer ser a luz e a verdade, Jesus anuncia ser a vida, vida nova para a salvação de todos. Refere-se à morte espiritual, que primeiramente atinge a alma, mas não exclui o corpo da ressurreição final, pois “o homem, escreve Orígenes, é por natureza um templo de Deus, criado para acolher em si a glória de Deus”. S. Irineu se pergunta: “Como poderia o homem ser libertado do seu nascimento de morte se não fosse regenerado na fé com um novo nascimento, dado generosamente pelo Senhor?” Mas os ouvintes de Jesus, escravos da incredulidade, distorcem suas palavras e as interpretam como se significassem, simplesmente, a ausência da morte corporal. Pasmo, desprezo! Os adversários não o entendem e, então, lhe perguntam: “Quem pretendes ser?” O duplo “amém”, no início de sua resposta, confere um tom solene à afirmação: “Se alguém guarda a minha palavra jamais verá a morte”.  Ele não conhecerá a morte,

Reflexão do Evangelho do dia 20 de Março de 2013

Quarta-feira – 20 de março Jo 8, 31-42: Jesus e  Abraão                         Não basta ter começado a crer. É necessário continuar a crer, em meio às solicitações adversas. Por esse motivo, alguns autores referem-se ao Evangelho de S. João, denominando-o “Evangelho da perseverança”. Não é simplesmente por crer que alguém se torna, automaticamente, membro da descendência de Abraão. Alguns assim se intitulam, mas de modo indevido. Jesus fala aos judeus que creram nele, convidando-os a serem seus discípulos, a viverem a sua mensagem.  No entanto, eles permanecem presos ao fato de serem da descendência de Abraão e não seus discípulos, nascidos de novo, como foi exigido de Nicodemos. Portanto, não são filhos “gerados de Deus”. Não são livres. Por isso, aos que o seguem, Jesus estabelece uma exigência: “Se permanecerdes em minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Eles serão livres (eleutheroi) não no sentido polít

Reflexão do Evangelho do dia 19 de Março de 2013

Terça-feira – 19 de março Mt 1, 16.18-21.24: Esposo de Maria e Pai adotivo de Jesus Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus se encarnou no seio puríssimo da Virgem Maria. S. Cromácio professa a filiação eterna de Jesus e “o seu nascimento corpóreo no tempo”. Diz ele: “O Filho do Altíssimo assume nossa carne visível para revelar sua invisível divindade”. Mistério inefável, Deus desce até nós, torna-se homem, para elevar-nos à plenitude divina. Em Jesus, dá-se a união das duas naturezas, divina e humana, fim último de todas as coisas criadas.              Manifestação do amor, a Encarnação é obra da condescendência divina para que todos os homens, sem violentar sua liberdade, possam libertar-se de suas vicissitudes e alcançar a serena felicidade no cumprimento da vontade do Pai. Em sua homilia sobre a Anunciação, Nicolas Cabásilas expressa a ideia de que “a encarnação não foi só obra do Pai, de seu Poder e de seu Espírito, mas também obra da vontade e da fé da Virgem Maria. Se

Reflexão do Evangelho do dia 18 de Março de 2013

Segunda-feira – 18 de março Jo 8, 12-20: Jesus, luz do mundo                                                No Templo, Jesus e os Apóstolos comemoram a festa dos Tabernáculos, festa de água e luz, quando então se acendiam gigantescos candelabros. À multidão, que lá se encontrava, ele proclama solenemente: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. Jesus é o sol nascente que veio iluminar os que jazem nas trevas. Ou, nas palavras de Simeão, ele é a luz que iluminará todas as nações (Lc 2,32). Importa acolhê-la e segui-la. No monte Tabor, os Apóstolos a contemplaram, já antevendo “o mistério do oitavo dia”, anunciado pelo Senhor para o século futuro. Realizam-se as palavras do salmo: “Na luz de Deus vemos a luz” (Sl 36,9).             Se a luz natural expõe a escuridão e revela o que está escondido, a mensagem de Jesus adequa nossos olhos espirituais à contemplação das verdades divinas. É luz interior que, ultrapassando os sentidos e a

Reflexão do Evangelho do dia 17 de Março de 2013

Domingo – 17 de março Jo 8, 1-11: A mulher adúltera                         Bem cedo, encontramos Jesus no Templo, com o povo reunido ao seu redor. “Sentando-se”, na atitude de Mestre, ele começa a ensinar. Sequiosas de Deus as pessoas o escutavam atentas e admiradas. Os escribas e fariseus, com o intuito de experimentar Jesus, trazem uma mulher apanhada em adultério e colocam-na no meio deles. Dizem a Jesus: “Mestre, esta mulher foi flagrada cometendo adultério. Moisés, na Lei, manda apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?” Estabelecem um contraste entre Jesus e a Lei de Moisés, pois querem encontrar razões para acusá-lo e levá-lo à condenação. Mas há uma grande diferença entre ele e os doutores da Lei. Se Jesus não é menos exigente que Moisés, ele não é intransigente como os seus interlocutores. Ele age por amor.             Inclinando-se, talvez para não olhar a mulher em sua vergonha, “ele escrevia na terra com o dedo”. Atitude delicada e respeitosa. “Mas como persistissem