Reflexão do Evangelho do dia 16 de Março de 2103
Sábado – 16 de março
Jo 7, 40-53: Discussões sobre a origem de Jesus
O Evangelho retoma a questão das
origens de Jesus. A multidão o reconhece como o Profeta esperado desde Moisés.
Os fariseus exigem uma prova, enquanto outros fazem uma profissão de fé: “É ele
o Cristo”. No Evangelho de S. João, a declaração de fé adquire uma densidade e significado
todo especial, pois João declara tê-lo escrito para “que creiamos que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus, e que crendo nele tenhamos a vida em nós” (Jo 20,31).
Jesus é causa de divisão. Os
fariseus não querem ouvir nada a respeito dele, pois já têm, a seu respeito, ideias
ditadas pela inveja e pelo orgulho. Mais e mais, alimentam o desejo de prendê-lo.
Aliás, quando colocado diante da mensagem de Jesus, ninguém pode, por muito
tempo, ficar indiferente. Por isso, ao lado dos que o rejeitam, há os que o consideram
um profeta e alguns chegam a reconhecê-lo como o Cristo. Os guardas, que lá
estavam, voltam aos chefes dos sacerdotes sem prendê-lo, porque jamais tinham
ouvido alguém falar como ele. De suas palavras palpitantes brota suave
harmonia, tocando os corações e levando-os à conversão. Em sua defesa,
Nicodemos pergunta: “Acaso nossa Lei condena sem primeiro ouvi-lo e saber o que
fez?” Palavras tímidas e distantes, que recebem dos chefes dos sacerdotes e dos
fariseus, a resposta: “És também galileu? Estuda e verás que da Galileia não surge
profeta”. Ele não diz mais nada. Cala-se.
Um fato é inegável. Também em nossos
dias. A opção por ele, talvez, ocasione incompreensão e provoque zombarias e perseguição.
Um apelo nos é dirigido. É necessário abrir-se ao que nos ultrapassa, pois o
próprio Jesus é maior que o Evangelho. Um imperativo se impõe: estar livre ao
que se manifesta no amor infinito e gratuito de Deus. Só então a pessoa se supera,
louva e agradece a vida, dom inefável do amor misericordioso de Deus, que a
transcende infinitamente e torna-se presente entre nós na pessoa do Filho
Jesus.
No entanto, alguns permanecem fechados
sobre si mesmos. Nossa alegria é que todos caminhem e reconheçam Jesus na
docilidade do seu carinho para conosco e na ternura de sua bondade. Deus, em
Cristo, “desceu à profundidade da terra para buscar a ovelha desgarrada, isto
é, a criatura que tinha se desgarrado, e após subiu para apresentar ao seu Pai
este “homem” (a humanidade) assim reencontrado” (S. Irineu). Livres, acolhemos
Jesus e em seu amor encontramos o espaço de nossa liberdade. Então, compreendemos
a passagem do Deus-homem ao Deus-humanidade.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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