Reflexão do Evangelho do dia 04 de Março de 2013
Segunda-feira – 04 de março
Lc 4, 24-30: Jesus em Nazaré
Jesus encontra-se na sinagoga de sua
cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às suas palavras, pois muitos
tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos e dos milagres realizados
por ele. Jesus perscruta os corações e, percebendo a incredulidade enraizada no
coração de seus ouvintes, volve os olhos para eles, no desejo de tocá-los e
levá-los à conversão e, em tom mais severo, diz que nenhum profeta é ouvido em
sua própria terra, nem é reconhecido pelos seus parentes. Palavras chocantes. Os
gentios, pelo contrário, demonstram mais fé em Deus do que os escolhidos de
Israel. Exemplifica Jesus: Elias foi enviado a uma viúva, em Sarepta, na região
da Sidônia, enquanto tantas outras viviam em Israel e, no tempo do profeta
Eliseu, “havia muitos leprosos em Israel, todavia, nenhum deles foi curado, a
não ser o sírio Naamã”. Suas palavras soam ofensivas, pois, naquela época, os
judeus julgavam os gentios, isto é, os estrangeiros como pessoas distantes de
Deus e, por conseguinte, excluídas da Aliança divina. “Diante destas palavras,
todos na sinagoga se enfureceram”.
Jesus não se intimida e declara-os cegos diante da
misericórdia de Deus e de seu plano redentor para todas as nações. Com efeito, considera
Orígenes, “ele acabara de ler uma profecia sobre a salvação realizada pelo
Messias. Salvação que irrompia no mundo através do ministério de Jesus. Era o
ano da graça e do perdão do Senhor”. Ao rejeitá-lo, a população leva-o a não
realizar milagres, conforme comenta S. Ambrósio, “para não pensarmos que sejamos
constrangidos pelo amor à pátria. Na realidade, aquele que amava todos os
homens não podia deixar de amar os seus concidadãos, mas eles mesmos,
comportando-se de modo invejoso, renunciaram o amor à pátria”. Então, exclama S. Cirilo de Alexandria,
“Jesus reporta-se aos pagãos, que o acolheriam e seriam curados de sua lepra”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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