Reflexão do Evangelho do dia 13 de Março de 2013


Quarta-feira – 13 de março
Jo 5, 17-30: Discurso sobre obras do Filho
           
            Por expressarem a misericórdia e a justiça, as ações de Deus são presença de sua graça salvadora em nossa vida. O agir de Deus é livre e não dispensa jamais a nossa liberdade. Aliás, não se compreende a vida do homem independente da liberdade. Sem ela, jamais ele seria um ser responsável e não haveria o bem e o mal. Seria a negação dele mesmo e do próprio Deus. Por isso, urge deixarmos agir em nós o fogo purificador do Espírito divino, que nos concede o dom do discernimento e nos comunica a própria santidade de Deus. Deixando a escravidão do pecado, algo maravilhoso efetiva-se em nossa vida: a presença da salvação, da restauração e do perdão prometidos a todos os que aceitam a divina mensagem de Jesus, o Filho de Deus, presente entre nós.  
            Mas há os que, em sua arrogante autonomia, recusam o convite do Senhor e consideram inadmissível o fato de ele falar e agir em nome e no poder do Pai. Ele é tratado como “não cumpridor do sábado” e “blasfemador”. E aí temos as autoridades religiosas daquela época. Ao invés, o Evangelho de S. João proclama-o Luz do mundo. A fé é experiência de Cristo que, sendo luz, separa a luz das trevas, a verdade da mentira, a vida eterna das aparências enganosas e efêmeras. Dá-se o “julgamento” do mundo.
Embora seja mais do que um profeta, Jesus não condena, nem faz ameaças de castigo. Mas são seus próprios ouvintes que se julgam, escolhendo o lado dos que creem e vivendo como filhos de Deus ou, ao contrário, colocando-se ao lado dos incrédulos e cegos e vivendo como “filhos do maligno”. Neste sentido, soam as palavras de Jesus: “vem a hora e é agora”. O “agora” ou o “desde já” indica que a decisão por Jesus não pode ter delongas. Pois desde já, dando nossa livre adesão à palavra de Jesus, participamos da comunhão eterna com o Pai. Porque a ele foi dado o poder de julgar e de dar a vida eterna aos que o acolhem.
        Entre o Pai e o Filho há uma identidade de ação. Escreve S. Agostinho: “O Filho age inseparavelmente do Pai, não no sentido de que o Pai faça obras que são depois imitadas pelo Filho, mas eles agem conjuntamente”. Por isso, na medida em que vivemos e realizamos as obras de Jesus seremos salvos e participaremos da glória do Pai e do Filho. Caso as rejeitemos, distanciamo-nos de Jesus e, por conseguinte, do Pai.
             “Senhor que o meu amor por vós cresça sempre mais. Que meu coração e minha vontade se unam a vós, para que eu possa vos agradar em tudo”.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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