Reflexão do Evangelho do dia 24 de Março de 2013


Domingo de Ramos – 24 de março

Jo 12, 12-16 - Entrada em Jerusalém

 

          Na abertura da Semana Santa, a entrada triunfante de Jesus constitui o ponto alto de toda a quarta parte do Evangelho, polarizada pela subida de Jesus à cidade de Jerusalém. A procissão dos “Ramos” até o Templo prefigura a verdadeira natureza da glória de Cristo: sua humildade de servo sofredor. A morte na cruz não é um simples epílogo, ela é parte integrante de sua missão, que culminará no encontro com o Pai, na Ressurreição e Ascensão.

          Jesus entra em Jerusalém montado num burrico. O sonho, alimentado a respeito do Messias vencedor e glorioso, morreu em Jesus. Sua voz silenciosa e humilde clama contra o egoísmo e a ganância. Escreve S. Agostinho: “Ele não perde a divindade quando nos ensina a humildade. O que significa ao Rei dos séculos ser o Rei dos homens?” O próprio S. Agostinho responde: “Cristo não era Rei de Israel para impor tributos, nem para ter exércitos armados e guerrear visivelmente contra seus inimigos; era Rei de Israel para governar as almas, para dar conselhos de vida eterna, para conduzir ao reino dos céus os que estavam cheios de fé, esperança e de amor”. Pela humildade, Jesus traz ao seu povo vitória e paz, asseguradas na cruz e na ressurreição.

        “Quem é Ele?”, “Quem é Jesus?” No domingo de Ramos, tais perguntas, levantadas ao longo do Evangelho, encontram sua resposta: “Ele é o Messias”. O anunciado pelos profetas, preparado pelas Escrituras e desejado por todas as nações. Com ele dá-se a vinda definitiva do Reino de Deus e o reconhecimento, por sua pregação e pelos milagres, de sua missão divina. Arauto do Reino, presente nele e por ele, como jamais se tinha dado na história.

          Ele é o Messias, por ser ele o Mediador. O único Mediador no Novo Testamento, título que exprime sua obra redentora. Único “porque Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”; porque ele se deu a si mesmo “em regaste por todos”. Finalmente, porque como homem é o único Deus encarnado, e, portanto, o único que estabelece a ponte entre as extremidades, a divindade e a humanidade, dando sua vida por todos. A carta aos Hebreus o designa como “mediador de uma Aliança bem melhor” (8,6), Nele se realiza, conforme Jeremias, uma nova, mais excelente e definitiva Aliança. 

          O povo o proclama Messias, não compreendendo talvez todo o alcance do que dizia: Mediador absoluto da salvação para toda a humanidade. Nele nos reconciliamos com o Pai e participamos de sua própria vida. Tocados por ele, comovidos e reconhecidos, “estendamos ante Jesus nossos corações em vez dos mantos” exclama S. Metódio. Como as crianças, levantemos nossas vozes e digamos: “Hosana”, que significa: Senhor, salvai-me! Bendito o que vem em nome do Senhor! Ressuscitado, ele continua a exercer a mediação como nosso intercessor junto ao Pai.

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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