Reflexão do Evangelho - Domingo 07 de Junho
Reflexão do Evangelho
Mc 3, 20-35 - Providências da família de Jesus e calúnias
dos escribas
Domingo 07 de Junho
As
multidões que ouvem e seguem Jesus estão ávidas de suas palavras e não lhe
deixam em paz. Vêm ao seu encontro, trazendo doentes, de modo que “nem mesmo
seus discípulos podiam se alimentar”. Situação delicada. Seus parentes se
mostram preocupados e alguns chegam a dizer que Ele “tinha enlouquecido”.
Era-lhes difícil compreender que alguém, ligado a eles, pudesse se doar, com
tanta exclusividade, aos seus semelhantes. Para eles Jesus estava passando dos
limites, negligenciando, por excesso de zelo, as regras ordinárias da vida.
Os escribas, descidos
de Jerusalém, levam ao exagero tais considerações, e afirmam que era por força
de Beelzebu, príncipe dos demônios, que Ele realizava os milagres e expulsava
os demônios. Os milagres realizados por Jesus são “sinais”, manifestações, que
ultrapassam o poder do homem, e levam à conclusão: ou se crê nele como “vindo
de Deus” e esta é a compreensão de Nicodemos, do cego de nascença e de todos os
que reconhecem nele o Messias esperado. Ou afirma-se um poder que está além do
nosso controle como expressão do fundamento pessoal de nossa culpabilidade. É a
este poder que os escribas, descidos de Jerusalém, se referem.
O
título Beelzebu liga-se a textos antigos e designa o primeiro dentre os
inimigos de Deus, considerados pelos pagãos como demônios. Ele está à frente e
governa as forças do mal, que constituem um reino em oposição ao reino de Deus.
Daí as palavras de Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo não poderá
subsistir”, pois o poder do Mal estaria combatendo contra si próprio. Assim, as
acusações dos escribas e fariseus resultam absurdas.
Mas o tema central do
presente texto não é a luta entre a luz e as trevas, mas sim a vitória da luz
sobre as trevas, porque quem acolhe Jesus é iluminado pela luz da verdade. Este
nada tem a temer, “pois chegou a ele o Reino de Deus”. Ao contrário, o demônio
é aquele que recusa o amor, é mentiroso e pai da mentira, e os seus seguidores
rejeitam a verdade do amor divino, não pertencem a Deus e abraçam o mal.
Tornam-se cúmplices do Maligno.
A resposta às
acusações dos fariseus é dada pelo próprio Jesus, quando, no dizer de S. João
Crisóstomo, “afirma que expulsar os demônios, como Ele acabara de fazer, é obra
de um poder grandíssimo e sinal da vinda do Reino de Deus”. Ele o expulsa pelo “dedo
de Deus”, ou seja, pelo poder do Espírito divino, nada mais restando do que recolher
os despojos, que “são as ovelhas perdidas da casa de Israel”.
Ao ouvirem essas palavras, escribas e
fariseus, unem-se contra Jesus e aliam-se aos inimigos do passado, que
provocaram a dispersão do povo entre as nações e negaram a ação do Espírito
Santo. Em reação a eles, diz Jesus: “A palavra que eu vos disse, é ela que vos
julgará no último dia”. E, voltando-se para os discípulos, acrescenta: “Se
alguém me ama guardará minha palavra e o Pai o amará, e viremos a ele e faremos
nossa morada nele”.
Comentários
Postar um comentário