Reflexão do Evangelho - Terça-feira 09 de Junho
Reflexão do Evangelho
Mt 5, 13-16 Vós sois
o sal da terra e a luz do mundo
Terça-feira 09 de Junho
A
Boa-Nova anunciada por Jesus é que Deus não abandonou os homens. E não só. Ele
quer que eles sejam partícipes da glória eterna, e que a vinda do seu Filho ao
mundo, o “dia do Senhor”, ateste o fato de Ele continuar a abençoar a criação e
a amar a humanidade. Então, o homem compreende que seu fim último é a união das
duas naturezas, a divina e a humana, pois, em Cristo, o Céu desceu ao mundo e o
homem se elevou até à plenitude divina. Do seu coração, afastam-se o medo, a
angústia, a solidão, e em harmonia com a vida, ele é transfigurado, realizado.
A única condição que se coloca é a de não se fechar sobre si mesmo, negando
comunicar-se com Deus e com os outros.
Aos Apóstolos cabe proclamar
essa vida nova e realizada. Não só a eles, mas também a todos os seus seguidores.
Para designar essa missão que lhes é dada, Jesus emprega imagens simples e
populares, como a do sal e da luz. Diz Ele: “Vós sois o sal da terra; vós sois
a luz do mundo”. O sal, valiosa mercadoria no mundo antigo, purifica, penetra e
preserva os alimentos, mas, quando impuro, torna-se insípido e perde todo o seu
valor e nada há que possa restituir o seu sabor. Se assim forem os Apóstolos,
insípidos, também eles serão desdenhados pelo povo e suas palavras não terão força.
Caso sejam sal puro, neles brilharão os lampejos da realidade divina, os
valores do Evangelho, que os tornarão instrumentos de purificação e de
preservação da sociedade humana.
A missão deles não se
assemelha em nada a uma pregação moralizadora. No entanto, para não perderem o
fervor interior e, no dizer de Cromácio de Aquileia, “permanecerem fiéis a
Jesus até o fim, eles necessitam ser, constantemente, instruídos na fé e na sabedoria
celeste”. Pois é justamente “pelo pecado,
observa S. João Crisóstomo, que o sal se torna sem sabor”. Fiéis ao Senhor, eles
serão também a “luz do mundo”, presença resplandecente de Deus. O mundo não só
carece da luz externa, mas muito mais da luz interior. Nesse sentido, os judeus
veem na luz a expressão da beleza interior, o reflexo da verdade e da bondade
de Deus.
Os discípulos de Jesus participam do banquete
da fé e irradiam a luz do Evangelho, transmitindo a boa nova do Evangelho. As dificuldades
a serem enfrentadas não serão poucas, desde a superficialidade, alimentada pela
vaidade, até à preguiça espiritual. Não obstante, eles não deixarão de ter uma
vida despojada, na qual transparece a simplicidade (aplotes), e jamais irão admitir a duplicidade de uma alma dividida
(dipsychia). Tornam-se conhecidos,
diz S. Gregório de Nissa, “como aqueles que, por sua vida e por suas obras,
glorificam o Pai que está nos céus”. Eles são o sal da terra e a luz do
mundo.
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