Reflexão do Evangelho - Domingo 14 de Junho

Reflexão do Evangelho
Mc 4, 26-34 - Parábola da semente que germina por si só e grão de mostarda (parábolas do Reino de Deus)
Domingo 14 de Junho

          Em todas as parábolas do Reino, Jesus destaca que a iniciativa é sempre de Deus.  Apesar de que os meios sugeridos sejam bem simples: fermento, semente, os resultados são extraordinários. A propósito, comenta S. Ambrósio: “O Reino cresce em silêncio com os bons pensamentos humanos” e, nesse mesmo sentido, S. Gregório Magno fala da semente, que semeada no coração, “permite-nos conceber bons desejos; o seu crescimento é constante: no início, quando começamos a fazer o bem, somos ainda erva, mas quando progredimos na prática do bem, crescemos e chegamos a ser espigas. Finalmente, já sólidos na prática do bem, alcançamos a perfeição e, como espigas, seremos grãos maduros”.
          Contando parábolas, Jesus sugere aos seus discípulos a forma discreta e humilde de como irá se instalar o Reino de Deus ou a sua realeza sobre o mundo. Deus já está presente entre nós, agindo e transformando nossa história. Em Jesus, a grande novidade é que o Deus vivo age agora, superando tudo quanto se deu até então, e o seu Reino não é só iminente, mas já lá está ao nosso alcance. A questão é aceitá-lo ou não, é deixar a semente produzir seus frutos ou abafá-la.
Se permanecermos presos à literalidade das palavras de Cristo, a semente nada produzirá. É preciso percorrer o caminho da Palavra para alcançar seu sentido integral, literal e espiritual. Caso o percorramos, os horizontes da alma tornam-se amplos e, na descoberta da beleza e grandeza das palavras do Mestre, uma força transformadora e renovadora age em nós. O caminho é árduo, mas sempre iluminado pela centelha inextinguível da luz divina, que nos guia e nos traz consolo e alegria.   
          O método é singelo. O que importa é a presença constante e atuante de Deus, que jamais falta, e, de nossa parte, a acolhida. Ao dizer que ela “germina e cresce, sem que nós saibamos como”, Jesus quer significar que o Reino é sempre obra de Deus, sem dispensar a necessidade de ouvirmos em nosso interior os seus ensinamentos.

 Não é no burburinho das paixões, mas sim no silêncio ou desprendimento interior é que somos tocados pela divina sabedoria; ela então nos cativa e nos permite saborear a verdade, que nos identifica a Jesus em seu amor misericordioso. No início, pequena e frágil, a semente, como o grão de mostarda, irá se tornar um arbusto com belas ramagens e fortes galhos, que irão simbolizar nossas obras de misericórdia e de solidariedade. É o despontar do Reino de Deus “presente em meio a nós”, que nos atrai e nos leva à prática, quais frutos maduros, do bem e das virtudes. Assim identificados ao Mestre, somos regalados com seu infinito amor, e uma certeza nos anima: “O Reino de Deus está em nós”.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 51-56 - Jesus não é acolhido pelos samaritanos - Terça-feira 30 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Jo 7,37-39 - Promessa da água viva - Sábado 07 de Junho

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 5-13 – A oração perseverante (amigo importuno) - Quinta-feira 09 de Outubro