Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 01 de Julho
Reflexão do Evangelho
Mt 8, 28-34 - A cura
dos endemoninhados gadarenos
Quarta-feira 01 de Julho
A
simples presença de Jesus perturbava e irritava os endemoninhados, que reclamavam
o direito de agir livremente nas regiões da Decápole. Situada do outro lado do mar da Galileia, ela
era uma das cidades habitadas por gregos, sob a jurisdição da província da
Síria. Ao ver Jesus, eles puseram-se a gritar: “Que existe entre nós e ti,
Filho de Deus? ” Impressionadas, as multidões sentem um medo sagrado diante do
poder sobrenatural, que irradia de sua presença e marca sua vitória contra o
reino do mal, onde imperam a luta e a divisão. Jesus comunica harmonia, unidade,
amor.
Mas eis que se
aproxima dele um homem possuído pelo demônio, descrito como possuidor de grande
força: “Ninguém podia dominá-lo, nem mesmo com correntes”. Porém para surpresa
de todos, vendo Jesus, ele se prostra e, sem resistência, declara conhecer a sua
identidade de Filho do Deus altíssimo. Com uma única palavra, Ele liberta aquele
homem dos poderes obscuros que o dominavam, e manifesta o caráter triunfal de
sua missão. Comenta S. Jerônimo: “Jesus o expulsa. É como se Ele dissesse: sai
de minha casa, que fazes em minha morada? Eu desejo entrar: ‘Sai deste homem’.
Sai deste homem; abandona esta morada preparada para mim. O Senhor deseja sua
casa: sai deste homem”. Vendo-o livre, os gadarenos enchem-se de temor (phobos), a ponto de pedir-lhe “que se
afastasse do seu território“.
Essa cena recorda a ação
misericordiosa do Senhor, que veio atrás da “ovelha desgarrada” ou, no dizer de
S. Irineu, “que veio até à profundidade da terra”. Por outro lado, a figura do demônio,
pedindo para ser mandado “aos porcos, a fim de entrar neles”, denota a aversão
dos judeus aos porcos e deixa entrever certos laivos de ironia: os espíritos
“imundos” entrando nos imundos porcos. Após a cura, o homem permanece “sentado,
vestido e em são juízo”, mas ao perceber que Jesus se retirava, faz menção de acompanhá-lo.
Jesus, porém, despede-o e ordena que ele volte para sua casa, como presença
silenciosa da cura e do anúncio da misericórdia de Deus.
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