Reflexão do Evangelho - Domingo 28 de Junho
Reflexão do Evangelho
Mt 16, 13-19 - Confissão
de São Pedro
Domingo 28 de Junho
Na bela cidade de
Cesareia, reedificada pelo tetrarca Felipe no ano 3-2 a.C, desejando formar e
constituir o novo povo de Deus, Jesus interroga seus discípulos: “Quem dizem os
homens que eu sou? ” A opinião popular identificava-o com um dos profetas do
passado. “Responderam-lhe: uns afirmam que és João Batista, outros que és
Elias, outros, ainda, que és Jeremias ou um dos profetas”. Voltando-se para os
Apóstolos, Ele pergunta: “E vós quem dizeis que eu sou? ” Eles pressentem, diz
S. Hilário, que, “para além do que se via nele, havia algo mais”. A resposta decisiva
e imediata, não fundada em premissas puramente humanas, é dada por Pedro, em
nome de todos: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Momento solene e
revelador. Por detrás e através de suas palavras, Pedro expressa a realidade
divina de Jesus, confirmada por Ele próprio ao dizer: “Feliz és tu, Simão,
filho de Jonas! Não foram o sangue nem a carne que te revelaram isto, mas sim o
meu Pai que está nos céus”. O Apóstolo crê ser Jesus o Filho de Deus, um Deus
presente no mundo, e suas palavras tornam-se a profissão de fé da Igreja da
Nova Aliança.
Desde então, Jesus
não mais pergunta, apenas profere algumas afirmações. Ao Apóstolo Pedro, Ele declara:
“Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja”. O nome dado a Simão,
em seu primeiro encontro, é ratificado e passa a designar ser ele a pedra,
fundamento da Igreja, que superando a “qahal”,
assembleia dos fiéis do Antigo Testamento, passa a significar a reunião de
todas as gentes no único povo de Deus. Teodoro de Mopsuéstia comenta: “Ao dizer
que sua confissão de fé é uma rocha, Jesus afirma que sobre esta rocha construiria
a sua Igreja”. Cabe a Pedro solidificá-la, confirmando os irmãos na fé e na
prática da fé.
Ao
dizer-lhe: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra
será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus”,
Jesus confere-lhe poderes de ordem espiritual, que evocam a ideia rabínica de
excluir da comunidade ou nela admitir. A Igreja, sacramento de unidade e templo
no qual Deus habita, se perpetua. Deus não a abandona às forças de destruição,
pois estará com ela “até o fim dos tempos”, e a função do Apóstolo Pedro se
estende por toda a história, através de seus sucessores. Como Pedro, eles irão
se caracterizar pela prontidão de um coração caloroso e, sobretudo, pela
acolhida do dom de Deus: natureza e graça, realidade humana onde Deus pode ser
encontrado. Orígenes exclama: “É belo que Pedro tenha dito ao Salvador: ‘Tu és
o Cristo’; melhor ainda, o fato de ele reconhecê-lo como ‘o Filho do Deus vivo’.
Pois o próprio Jesus disse, seja pelos profetas: ‘Eu sou o Vivente! ’, seja no
Evangelho: ‘Eu sou a Vida’”. Proclamada por seus sucessores, a profissão de
Pedro é também professada por todos os que seguem Jesus, aos quais Ele diz: “Bem-aventurados
sois vós”. E a luz do Pai neles refulge.
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