Reflexão do Evangelho do dia 01 de Março 2013
Sexta-feira – 01 de março
Mt 21, 33-43,45-46: Parábola dos vinhateiros homicidas
Vendido pelos irmãos, como escravo,
José reconcilia-se com a sua família e a acolhe em sua casa, no Egito. Prenúncio
de Jesus que, traído por um de seus discípulos e estendido no lenho da cruz, se
torna presença de salvação para a família humana. Nas parábolas, ele retrata
sua benevolência e o carinho para com todos. Dá-se a conhecer como paz, calor
interior, luz divina e fonte de misericórdia. Ao lê-las, afastam-se de nós a frieza
interior e a insensibilidade da alma, pois seu ardente amor e sua divina luz acaloram
e iluminam nossos corações e nossos espíritos.
Ao descrever, na parábola dos vinhateiros homicidas, o envio
de numerosos mensageiros, Jesus assinala a solicitude e o carinhoso cuidado de
Deus. Os vinhateiros, porém, armam-se de agressiva violência e tributam aos
mensageiros o mesmo tratamento dado aos profetas. Eles são rejeitados, maltratados
e, por vezes, mortos. Os que retornam ao dono da vinha, a quem cabia parte dos
frutos, trazem suas mãos vazias. Agrava o fato de ser “o tempo dos frutos”. S.
João Crisóstomo comenta: “Apesar de terem sido objeto de uma tão grande
solicitude, os vinhateiros, representando o povo da Aliança, superaram os
pecadores e os publicanos, em sua atitude sanguinária e isto desde o início”.
A crueldade chega ao auge. O Pai
envia seu próprio filho, designado na parábola como “o herdeiro”. Os vinhateiros matam-no, movidos pelo desejo de
se apoderar da herança. Irado, o pai expulsa-os da vinha e eles a perdem definitivamente.
Eis uma clara alusão a Jesus, o Filho do Altíssimo, o Herdeiro enviado pelo Pai
celestial, rejeitado pelos seus concidadãos, que “o agarram, matam-no e o
lançam fora da vinha”. Conclui S. Irineu: “Por isso, o Senhor Deus consignou a
vinha, já não cercada, mas dilatada por todo o mundo, a outros colonos que dêem
fruto ao seu tempo, com a torre de eleição levantada no alto firme e formosa;
porque em todas as partes resplandece a Igreja; e, em cada lugar, está cavado,
ao redor, o lagar, pois sempre há os que recebem o Espírito”.
A reconciliação, esperança da vida
eterna, é oferecida a todos. Há os que não a acolhem, fechando-se à bondade do
Pai e à amorosa atitude do Filho. Por isso, exorta S. Agostinho: “Que se desperte
no homem ‘a sede interior’, que se abra ‘o olhar interior’ e ele possa
contemplar a luz, luz que ninguém poderá obscurecer”. Quem se abre à
reconciliação estará em profunda e inenarrável comunhão com Deus e sua mente,
suspensa na contemplação, entrará em diálogo com o Outro divino e, restaurado
em sua grandeza, ele “acolhe em si a glória de Deus” (S. Irineu).
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Comentários
Postar um comentário