Reflexão do Evangelho do dia 02 de Fevereiro de 2013


Sábado – 02 de fevereiro
Lc  2, 22-32 Apresentação do Senhor no Templo
           
            As palavras iniciais, “concluídos os dias da sua purificação”, são uma proposição circunstancial, utilizada pelo Evangelista para mostrar a conformidade legal da Sagrada Família e, ao mesmo tempo, para anunciar Aquele que “veio para cumprir a Lei e os profetas”. Mas tal cumprimento não se limita, simplesmente, à observância material da Lei. O autor aproveita a ocasião para já proclamar a realidade da futura vida pública de Jesus, na qual ele realizará a Lei em seu verdadeiro sentido, “segundo o Espírito”, que inspirou profeticamente Moisés.
A frase seguinte é também significativa: “Levaram-no a Jerusalém para apresentar ao Senhor”. De fato, o pequeno menino necessitava ser “levado” e Simeão vai “tomá-lo em seus braços”. Momento solene, no qual se entrevê a grandeza daquele que é apresentado. A criança é reconhecida como sumo sacerdote e como a futura vítima da Nova Aliança, da qual a “apresentação do Senhor no Templo” é o preâmbulo.
Face à grandeza do momento, exclama S. Sofrônio: “Corramos ao encontro do Senhor, os que com fé celebramos e veneramos o seu mistério, vamos todos com alma bem disposta. Ninguém deixe de participar desse encontro, ninguém deixe de levar sua luz. Levamos em nossas mãos círios acesos, para significar o resplendor divino daquele que vem a nós. Ele faz que tudo resplandeça e, expulsando as negras trevas, tudo é iluminado com a abundância da luz eterna”. A criança é o “Primogênito”, por excelência, de Deus e de sua mãe. Ele é Consagrado, pois  oferecido a Deus, e é Santo, porque nasceu da virgem por força do Espírito Santo, concedendo a todos os homens, de todos os tempos, a purificação perfeita. Escreve Orígenes: “A purificação não é só fruto de Jesus, mas também de Maria: ela está associada ao seu Filho fisicamente, pois ela “O traz” e “O leva” e Simeão anuncia que ela comungará dos sofrimentos da Redenção. A purificação é de ambos, mesmo se Jesus seja o único Salvador, o Santo e o Redentor”. A apresentação no Templo proclama o mistério que estava oculto.
No Templo, manifesta-se o verdadeiro “Santo dos Santos”, “o Ungido”, significado pelo título a ele conferido: Cristo e Messias. O alcance universal da “Apresentação” se encontra nas palavras de Simeão ao afirmar que ele seria “causa de soerguimento para muitos homens”. Ou, ainda, “a luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel”.  S. Agostinho comenta: “O idoso Simeão se torna um desses pequenos a quem é prometido o Reino”.  Continua S. Agostinho: “O justo Simeão viu-o também com o coração, pois o conheceu recém-nascido; e viu-o igualmente com os olhos porque o tomou entre os braços. Vendo-o de um e de outro modo, reconhecendo-o Filho de Deus e abraçando-o gerado da Virgem, deu seu último suspiro: ‘Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, pois meus olhos viram a salvação’”. Jesus é a salvação de todo o gênero humano. Confessa S. Basílio Magno: “O Filho de Deus é o nosso Deus; ele é também o Salvador da humanidade, aquele que sustenta a nossa fraqueza, que corrige a desordem presente em nossas almas por causa das tentações”. 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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