Reflexão do Evangelho do dia 18 de Fevereiro de 2013
Segunda-feira – 18 de fevereiro
Mt 25, 31-46: O
último julgamento
Em geral,
o fim dos tempos, descrito em termos de dissolução aterradora do mundo atual,
incute medo e insegurança. Porém, ao falar de sua segunda vinda, Jesus não transmite
temor, mas confiança e esperança. Na parábola, ele destaca a necessidade da
vigilância, pois a confiança não dispensa a preparação adequada para o decisivo
encontro com o Senhor. Na sua vinda gloriosa, todas as nações irão se prostrar
diante dele. Será o cumprimento do eterno desígnio de salvação. Dirá S. João
Crisóstomo: “Assim como o Senhor disse a Tomé: ‘coloque aqui teu dedo’, naquela
ocasião, ele mostrará suas chagas e sua cruz, e todos hão de reconhecê-lo como
aquele que foi crucificado. Eis o sinal salutar, grande, esplendoroso da
benevolência divina”. A dúvida e a
incerteza, aninhadas em tantos corações, irão se dissipar. Para os cristãos,
confiantes no Senhor, dar-se-á a realização da esperança, momento triunfal do
retorno do Filho de Deus, que veio não para condenar o mundo, mas sim para
salvá-lo.
“Vigiai, pois!”, repete Jesus.
Ansiosos, os discípulos aguardam a visão beatífica para passarem da imagem
transitória do mundo à realidade divina, em que o tempo será absorvido pela eternidade.
A expectativa é grande. Eles esperam esse momento com fé e operosa dedicação.
Agora, arregaçam as mangas para fazer crescer os talentos recebidos. Lá, o Senhor,
o bom pastor, estará separando as ovelhas dos cabritos, os bons dos maus, não
como acusador, mas como defensor e advogado. Aos bons, que se comportam como o
Samaritano, manifestam-se “as entranhas de misericórdia” do nosso Deus. Eles
ouvirão sua voz, dizendo-lhes: “Vinde, benditos de meu Pai”. Benditos porque pertencem ao Pai, que, pela
graça divina, os constitui co-herdeiros
da bem-aventurança eterna.
As nuvens se dissipam e, alicerçados
na fé e na prática das obras de misericórdia, eles entreveem o Senhor que os
eleva e os une a ele, enlaçando-os com os seus braços amorosos. Para nós,
permanece a dúvida: a que povo pertencemos? S. Agostinho, dirá que “há dois
tipos de povo, como há dois modos de amar. Um é santo, outro é egoísta. Um está
sujeito a Deus, outro quer se tornar igual a Ele”. O amor “sujeito a Deus” leva-nos
a realizar as palavras de Jesus: “Eu tive fome, e me destes de comer, eu estive
nu e me vestistes”. São as obras de misericórdia, reconhecidas e exaltadas pelo
Senhor, que as autentica com as palavras: “Todas as vezes que fizestes isto a
um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes”.
Fim que se torna início. Início do
florescer da esperança, semente de vida eterna, que, no tempo presente, germina
em nossa alma. Os temores e tremores são banidos do nosso coração e realiza-se
o desígnio eterno do Amor de Deus, pois o Deus-amor dá-se a nós e se expressa
em nós, no amor que dedicamos aos nossos semelhantes. “Senhor Jesus, sede o
Mestre do nosso coração, para que sempre nos anime a mesma caridade com que nos
amastes”.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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