Reflexão do Evangelho do dia 25 de Fevereiro de 2013
Segunda-feira – 25 de fevereiro
Lc 6, 36-38 - Misericórdia e gratuidade
Ao
proclamar que Deus é Pai misericordioso, a fé cristã exorta-nos à reconciliação
e à paz de um coração unificado, na certeza de que “Deus é maior do que nossa
consciência” (1Jo 3,20). Diante da benevolência divina, S. Francisco de Assis reconhece
o Pai como “o grande e magnífico Deus”, que lhe concede o perdão e a
reconciliação. Em sua própria vida, atualiza-se a surpresa do filho pródigo no
encontro com o Pai que perdoa, abraça e reconcilia. De fato, todo cristão, tocado
em seu íntimo, canta e agradece a Deus e ouve, em seu coração, as palavras de
Jesus: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso”. Pois ele
experimenta algo maravilhoso: o próprio Deus o purifica. Sua vida une-se à vida
divina e ele saboreia a doçura da presença amorosa de Deus, envolvendo todo seu
ser. É o agir gratuito, generoso e dadivoso do Senhor. Ele nada exige, ele nos
ama porque é amor.
O
afago divino leva o cristão a servir, gratuitamente, seus irmãos e irmãs. A
orientação de sua vida são as palavras do Senhor: “Não julgueis, para não
serdes julgados”, pois, não lhe cabe julgar sobre a salvação eterna do irmão.
Como o Mestre, ele agirá com os injustos, da mesma maneira que com os justos.
Não o dominará o desejo de poder ou de dominação, mas, guiado pela misericórdia
divina, abraçará, igualmente, santos e pecadores. É o florescer do amor fraterno,
dispondo-o a fazer o bem aos que o perseguem. Em suma, ele começa a amar como
Deus o ama. Escreve Orígenes: “Os traços da imagem divina estarão impressos em
seus atos de misericórdia”.
Apesar da insensibilidade de um coração pecador
não movê-lo, naturalmente, ao arrependimento, o cristão descobre que “a fonte de
lágrimas, depois do batismo, é maior do que as águas do batismo” (S. João
Clímaco). Então, penetrado pela ardente
chama do amor divino, ele afasta-se das trevas do erro e da maldade e, no amor
a Deus, vive a doação aos seus semelhantes. Porém, o amor é crescimento
infinito. Mais conhecemos Deus, mais o amamos e quanto mais o amamos, maior será
nossa fé e esperança em suas promessas.
Na grandeza desse amor,
concedido a nós, seremos, então, capazes de amar nossos inimigos, de fazer bem
aos que nos odeiam, de abençoar os que nos amaldiçoam e de orar pelos que nos
injuriam. É a vitória da misericórdia divina. Seremos misericordiosos e, por
conseguinte, no dizer de S. Agostinho, “poupados do castigo e das faltas
cometidas, duas coisas que o Senhor compendiou na breve máxima: perdoai e vos
será perdoado; dai e vos será dado”.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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