Reflexão do Evangelho do dia 14 de Fevereiro de 2013
Quinta-feira – 14 de fevereiro
Lc. 9, 22-25: Condições para seguir Jesus
Diz Jesus aos seus discípulos: “Se alguém quer vir após mim,
negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. Nas palavras de Jesus, há
doçura e respeito à liberdade de cada pessoa. Salienta S. João Crisóstomo: “Ele
não força, não constringe, mas torna cada um senhor da sua livre escolha”. Ele
veio resgatar, na misericórdia e no amor, os corações despedaçados e a
humanidade pecadora. Há os que se opõem a esta reconciliação e estabelecem um
conflito entre o reino de Deus e o reino das trevas. Faz-se necessário
escolher, de modo claro e firme, pois “quem quer salvar a vida, vai perdê-la,
mas o que perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la”. Escreve S. João
Crisóstomo: “A vida obtida de modo indevido torna-se perdição. Pior ainda. Não
há nada que a possa resgatar. Que vantagem lhe advém, mesmo ganhando o mundo,
se perde a sua alma?” O sacrifício de Abraão e, mais tarde, o martírio dos
Apóstolos serão um exemplo forte da necessidade de escolher para se tornar
digno do Senhor. Ser digno de Cristo é reconfortante e enobrece o discípulo. É
a vitória contra o mal e o reino do demônio, que deseja desviar-nos do bem para
o mal, da verdade para a decepção, da luz para as trevas, da vida para a morte.
Nesta batalha espiritual, não há meio termo. Não se pode deixar de escolher.
Se as exigências são grandes, elas,
porém, enraízam-se, no dizer de S. Paulo, na grandeza mesma da missão conferida
ao cristão. Na sua realização, ele transcende a si mesmo e se lança em Deus,
graças à capacidade de superação que inflama seu coração, sem cessar, e o
conduz, pelo poder do Espírito Santo, ao inefável mistério divino. Movimento da
alma para Deus, que se expressa no amor, dom inefável, com o qual se ama a Deus
e a seus semelhantes. Tal amor, por ser participação do próprio amor de Deus,
dilata o coração humano, tornando-o disponível e levando-o a compreender as
palavras de Jesus: “Eu vim não para ser servido, mas para servir”. O menor
serviço, feito em benefício do próximo, adquire um valor incomensurável.
Por isso, os santos Padres jamais
compreendem a renúncia como uma realidade negativa, mas a situam no interior da
prática do bem. S. Francisco de Assis ouve as palavras do Evangelho e busca
concretizá-las em sua vida. Renunciando a tudo, as riquezas materiais e as
glórias humanas, Francisco se coloca serviço a de todos, especialmente, dos
mais pobres, fazendo-se um deles. Em seu coração, arde o amor pelo Senhor, o
que o leva a passar horas e noites exclamando: “Meu Deus e meu tudo”. Saboreava
essas palavras e, com lágrimas nos olhos, repetia incansavelmente: “O amor não
é amado”. Em sua carta a todos os fiéis, ele incentiva-os dizendo: “Ó como são
felizes aqueles que amam o Senhor e fazem o que o mesmo Senhor diz no
Evangelho: ‘Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua
alma e ao próximo como a ti mesmo’”.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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