Reflexão do Evangelho do dia 06 de Fevereiro de 2013


Quarta-feira – 06 de fevereiro
Mc 6, 1-6: Jesus em Nazaré
           
            Jesus encontra-se na sinagoga de sua cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às suas palavras, pois muitos tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos e dos milagres realizados por ele. A curiosidade era grande. Pensavam e discutiam entre si quais seriam os sinais que ele faria em sua própria terra. Conforme costume judaico, uma passagem do profeta Isaías lhe é dado para ler. Orígenes diz ter sido “a escolha providencial, pois o texto proclama o início da era messiânica da salvação em Jesus”. Refere-se ao Messias como Deus e homem. Escreve S. Cirilo de Alexandria: “Era necessário que ele se manifestasse aos israelitas e que o mistério da encarnação resplandecesse para os que não o reconheciam”. Citando o profeta, Jesus declara-se Deus, nascido homem, para salvar o mundo. Todos não deixavam de fixá-lo. Mas com que olhar o vêem? Ao se dirigir aos fiéis, Orígenes observa que “não gostaria que seus ouvintes o olhassem com os olhos do corpo, como lá na sinagoga, mas com os olhos do coração. Se assim o fizerdes, os vossos olhos resplandecerão na luz do seu olhar e, então, podereis dizer: ‘A luz do seu rosto, Senhor, deixou o seu sinal em nós’”.  
            Estando a incredulidade enraizada no coração de seus ouvintes, Jesus volve os olhos para eles, no desejo de tocá-los e levá-los à conversão e, em tom mais severo, diz que nenhum profeta é ouvido em sua própria terra, nem é reconhecido pelos seus parentes. Palavras chocantes. Falta-lhes a fé. Por isso, ele “não podia realizar ali nenhum milagre, a não ser algumas curas de enfermos, impondo-lhes as mão”. Diante do fato de não realizar milagres, em sua própria terra, S. Ambrósio comenta: “Ele não realiza milagres para não nos sentirmos constrangidos pelo amor à pátria. Na realidade, aquele que amava todos os homens não podia deixar de amar os seus concidadãos, mas eles mesmos, comportando-se de modo invejoso, renunciaram o amor à pátria”.  Então, exclama S. Cirilo de Alexandria, “Jesus reporta-se aos pagãos, que o acolheriam e seriam curados de sua lepra”. Ao citar o provérbio, colocando-se como profeta, Jesus mostra-se triste por causa da falta de fé de seus conterrâneos. Porém, eternamente vitoriosa, reina em seu coração a misericórdia, que o leva a curar os enfermos, “impondo-lhes as mãos”.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 51-56 - Jesus não é acolhido pelos samaritanos - Terça-feira 30 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Jo 7,37-39 - Promessa da água viva - Sábado 07 de Junho

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 5-13 – A oração perseverante (amigo importuno) - Quinta-feira 09 de Outubro