Reflexão do Evangelho do dia 03 de Junho de 2013
Segunda-feira – 03 de junho
Mc 12, 1-12: Parábola dos vinhateiros
homicidas
Vendido pelos irmãos, como escravo,
José reconcilia-se com a sua família e a acolhe em sua casa, no Egito. Prenúncio
de Jesus que, traído por um de seus discípulos e estendido no lenho da cruz, se
torna presença de salvação para a família humana. Ao refletir paz, calor
interior, luz divina e misericórdia, as parábolas retratam sua benevolência e seu
carinho para com todos. Assim, na medida em que as lemos, afastam-se de nós a frieza
interior e a insensibilidade da alma, pois seu ardente amor e sua divina luz acaloram
e iluminam nossos corações e nossos espíritos.
Ao descrever, na parábola dos
vinhateiros homicidas, o envio de numerosos mensageiros, Jesus assinala a solicitude
e o carinhoso cuidado de Deus. Porém, os vinhateiros se armam de agressiva violência
e tributam aos mensageiros o mesmo tratamento dado aos profetas. Eles são
rejeitados, maltratados e, por vezes, mortos. Os que retornam ao dono da vinha,
a quem cabia parte dos frutos, trazem suas mãos vazias. Agrava o fato de ser “o
tempo dos frutos”. S. João Crisóstomo comenta: “Apesar de terem sido objeto de
uma tão grande solicitude, os vinhateiros, representando o povo da Aliança, superaram
os pecadores e os publicanos, em sua atitude sanguinária e isto desde o
início”.
A crueldade chega ao auge. O Pai envia
seu próprio filho, designado na parábola como “o herdeiro”. Os vinhateiros matam-no, movidos pelo desejo de
se apoderarem da herança. Irado, o pai expulsa-os da vinha e eles a perdem definitivamente.
Eis uma clara alusão a Jesus, o Filho do Altíssimo, o Herdeiro enviado pelo Pai
celestial, rejeitado pelos seus concidadãos, que “o agarram, matam-no e o
lançam fora da vinha”. Conclui S. Irineu: “Por isso, o Senhor Deus consignou a
vinha, já não cercada, mas dilatada por todo o mundo, a outros colonos que dêem
fruto ao seu tempo, com a torre de eleição levantada no alto firme e formosa;
porque em todas as partes resplandece a Igreja; e, em cada lugar, está cavado,
ao redor, o lagar, pois sempre há os que recebem o Espírito”.
A reconciliação em Cristo é oferecida
a todos. Há os que não a acolhem, como os vinhateiros homicidas, fechando-se à bondade
do Pai e à amorosa atitude do Filho. Por isso, exorta S. Agostinho: “Que se desperte
no homem ‘a sede interior’, que se lhe abra ‘o olhar interior’ e ele possa
contemplar a luz, luz que ninguém poderá obscurecer”. Então ele abraça a
reconciliação e, permanecendo em profunda e inenarrável comunhão com Deus, sente-se
solidário com Cristo, melhor, incluído em Cristo. Regenerado e restaurado em
sua grandeza, ele “acolhe em si a glória de Deus” (S. Irineu) e se torna
coerdeiro do Reino dos Céus.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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