Reflexão do Evangelho do dia 16 de Junho de 2013
Domingo – 16 de junho
Lc 7, 36-50: A pecadora perdoada
Diante de Jesus ninguém permanece indiferente.
Rejeita-o ou é atraído por ele. Se suas palavras, por vezes, são duras, ele
demonstra ser bondoso para com todos. No Evangelho de hoje, reunido com os
pecadores, Jesus revela sua divina misericórdia. S. Gregório de Nissa observa
que “o Senhor, convidado por um fariseu, não rejeita o convite, embora seu
anfitrião não seja um dos seus discípulos, aliás, ele não crê nEle. Por que
então S. Lucas transmite-nos esta cena? Talvez para dar-nos um exemplo da
conduta de Jesus. De fato, deparamo-nos com muitas pessoas que, fechadas sobre
si mesmas, julgam-se justas e tratam as demais pessoas com desprezo por tê-las como
pecadoras. Sem esperar o dia do julgamento, separam os cabritos dos cordeiros, pois
pensam ver as portas do céu abrirem-se,
exclusivamente, para elas, pois não querem partilhar com as demais o lugar nem
a mesa”.
E eis que, durante a ceia, uma mulher
tida como pecadora aproxima-se de Jesus. Observa S. Gregório Magno: “Porque Maria viu
claramente as manchas de sua vergonha correu para lavá-las na fonte da
Misericórdia, e não teve vergonha diante dos convivas. No seu interior, a
vergonha era tão grande, que ela não temia mais nada proveniente do exterior. Mas,
o que mais admiramos? Maria que se aproxima ou o Senhor que a recebe? Mais
exato seria perguntar: é Ele quem a recebe ou é Ele quem a atrai? Ele a atrai e
a recebe, pois a atrai no interior de sua misericórdia e a recebe com bondade”.
Por considerar-se indigna, ela permanece atrás do Mestre e prostrando-se aos
seus pés, lava-os com suas lágrimas. Manifestação tangível da corporeidade do
Salvador e súplica silenciosa de uma pecadora, que o unge com precioso perfume.
Presentes na ceia, os fariseus prendem-se
às aparências e ao passado da mulher. “Rotulada” e desprezada, ela encontra
coragem, provinda da fé, para chegar a Jesus e colocar-se à mercê da misericórdia
divina. Ato de reverência e afeto ao Senhor. Ao inverso da reação farisaica,
Jesus, que sonda “os rins e os corações” e lê o que se encontra no seu interior,
é todo bondade. À súplica da pecadora, Ele responde com o perdão: “Porque ela
demonstrou muito amor, seus numerosos pecados lhe estão perdoados”. E, no amor,
reina o perdão.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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