Reflexão do Evangelho do dia 08 de Junho de 2013
Sábado – 08 de junho
Lc 2, 41-51 – Jesus entre os doutores
O relato da presença de Jesus entre os
doutores da Lei alterna, de modo muito significativo, os verbos “procurar” e
“encontrar”. Os pais de Jesus procuram-no entre os parentes e conhecidos e não
o encontram. O que fazem eles? Voltam a Jerusalém para procurá-lo e o encontram
no Templo. Tema, com profundo significado espiritual, presente ao longo do
Evangelho, sugerindo nosso caminhar interior e espiritual, inspirado na vida do
Senhor. O fato de tê-lo encontrado após três dias, em meio à inquietude dos
pais, remete-nos ao tempo que Jesus permaneceu no sepulcro e à sua Ressurreição.
S. Ambrósio observa: “Ele é reencontrado depois de três dias no Templo, como se
houvesse esquecido a sua família segundo a carne, cheio da sabedoria e da graça
de Deus, revestido de esplendor divino, como em sua Ressurreição”.
No Templo, Jesus estava entre os
doutores da Lei, que o ouviam e eram interrogados por Ele. Comenta Orígenes,
escritor alexandrino: “Ele interrogava os doutores, não para aprender deles
alguma coisa, mas, interrogando-os, ele os formava”. Método empregado pelo
Senhor ao longo de sua missão pública. Também são significativas as palavras de
Jesus, diante da angústia de sua mãe Maria e de José: “Não sabíeis que eu tenho
de estar na casa do meu Pai?”. Elas insinuam primeiramente, o Templo, a Casa de
Deus, mas também a relação de intimidade, relação única e trinitária entre Jesus
e o Pai. Afirma S. Beda: “É a declaração de sua glória e de seu poder coeternos
aos de Deus Pai”.
Maria, “sua mãe, guardava tudo isso em
seu coração”. Em seu interior, ela traça, com imagens cada vez mais ricas, o
quadro da vida do seu Filho. Aos poucos, levanta-se o véu do infinito amor de
Deus e de seu Filho, envolvendo-a em sua ternura infinita. Sua resposta, sempre
pronta, concretiza a todo instante o “fiat” dado no momento da Anunciação.
Maria, Mãe extremosa, José, solícito
no seu silêncio, mostram que a porta de acesso a Jesus é sempre a fé, e nos
colocam na dinâmica espiritual do procurar e encontrar. O encontro com Jesus
dilata o nosso coração, tornando-o um Tabernáculo, onde suas palavras são
guardadas e meditadas. Como Maria, aprendemos gradualmente o que implica a
missão de Jesus, expresso pelo Evangelista ao dizer: “E Jesus crescia em
sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e diante dos homens”. Na
medida em que ele avança em idade, manifesta-se a graça possuída por ele em
plenitude, desde sua encarnação, e, como homem, ele crescia em conhecimento e sabedoria.
O Filho de Deus, nascido de Maria, revela-se na comunidade dos homens.
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