Reflexão do Evangelho do dia 05 de Junho de 2013
Quarta-feira – 05 de junho
Mc 12,18-27: Ressurreição dos mortos
Uma das questões essenciais, colocada
à vida humana, é justamente a que se refere à morte. Os saduceus, atendo-se ao
Pentateuco, encontravam motivos para negar a Ressurreição dos mortos. O nome
saduceu significa “justo” e, por motivo piedoso, “eles afirmam não servirem a
Deus na esperança de uma recompensa” (S..Efrem). Querem amar a Deus na pureza
do amor, não presos a uma recompensa. Consequentemente, a vida limitava-se,
para eles, à realidade humana. Não concebiam nada além do que seus olhos podiam
constatar.
Jesus rejeita de modo enfático tais
afirmações, dizendo estarem eles “no erro” e “não conhecerem as Escrituras”,
pois estas revelam, desde o começo, o poder do espírito, sopro vital, que
impregna a pessoa em todas as suas ações. O espírito, sinal “dinâmico” de vida,
foi-nos comunicado como força interior para caminharmos em direção ao infinito,
graças à criatividade no pensar e no agir.
Se o poder de Deus não se limita à
vida terrena, a vida ressuscitada não consiste no simples retorno a esta vida.
Ela é “transfiguração”, irradiação eterna da luz de Deus, antevista pelos
Apóstolos no alto do monte Tabor. A vida para além da morte é encontro de amor,
participação da vida eterna, vida plena, que nos é comunicada pelo Espírito
Santo. Jesus mostra-nos que a morte é superada pela nossa eternidade feliz em
Deus. Desde já, lançamo-nos no desconhecido e percorremos a senda do ilimitado,
doando-nos na ternura e no ardor da gratuidade. Observa S. Leão Magno, “No
Tabor, ele fundava a fé da Santa Igreja, para que ela, Corpo total de Cristo,
saiba de qual feliz transformação ela será gratificada, e aos seus membros se
dá a esperança de fazer parte da honra que resplandece no Senhor”.
Escreve S. Agostinho: “Tua fé fala dessas
coisas, para que tua esperança não fique frustrada, embora tua caridade ainda
deva esperar”. Medos e temores são absorvidos pela fé e pela confiança, cujo
fundamento é a Ressurreição de Jesus. “A exemplo de nosso Mestre é necessário
confessar que há uma verdadeira ressurreição da carne para todos os mortos”
(Concílio de Toledo). Orígenes suplica ao Senhor: “Que eu possa ver além do que
me é permitido por meus olhos corporais. Estejam eles abertos ao que se refere,
não só ao presente, mas também ao que há de vir”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir