Reflexão do Evangelho do dia 27 de Junho de 2013
Quinta-feira – 27 de junho
Mt 7, 21-29: Verdadeiros discípulos
De modo solene, Jesus proclama: “Nem
todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas sim
aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus”. A fé é condição
essencial à salvação. Por isso, o divino Mestre deseja conduzir os discípulos a
uma fé autêntica, sedimentada no cumprimento da vontade do Pai e na prática do
bem.
Quem diz Senhor, Senhor, se compromete a
seguir Jesus e a viver de acordo com os seus ensinamentos. A vida confere respaldo
e consistência à Palavra. Caso contrário, seria uma fala sem conteúdo, vazia, e,
pior ainda, não se comprometendo, ele estaria impedindo que a Palavra de Deus,
realmente, se efetivasse. Pois, mesmo sendo eficaz nela mesma, ela supõe sempre
a colaboração do homem. Deus não força. Ele jamais violenta a vontade humana. Respeita
a liberdade de cada pessoa e permanece, ousamos dizer, à espera de sua decisão.
“Deus é liberdade e à sua imagem o homem foi criado” (S. Irineu de Lyon).
S. Jerônimo proclama que a
“virtude necessária aos servos de Deus são a vida honesta e a integridade da
fé”. Neles não existirá contradição entre o dizer e o fazer. Um requer o outro,
completando-se. Escreve S. Bento: “Com tais palavras, o Senhor espera que, dia
após dia, nós respondamos com nossos atos às suas santas lições”. Por isso,
sustenta S. Cirilo de Alexandria: “Deus conhece os que o amam e ama os que, com
todo o coração, crêem nele e fazem o que lhe é agradável”.
A seguir, Jesus fala de não construir a
casa sobre a areia, mas edificá-la sobre a rocha. Segundo o modo como construímos
a casa, nós somos ou não capazes de sobreviver às tempestades que surgirão,
certamente, no decorrer da vida. Subtende-se que a casa ainda está em fase de
construção. O que nos consola e nos tranquiliza, pois os preceitos do Sermão da
Montanha nos tinham assustado. Descritos pelo Senhor, eles soavam como se
devessem ser cumpridos imediatamente e de uma só vez. Agora, o Senhor abre os horizontes de nossa
mente e nos leva a compreender que temos a vida toda para trilhar a via
estreita e, assim, construir, pedra por pedra, a nossa morada espiritual. No
entanto, em cada instante, requer-se decisão firme e resoluta.
Construir sobre a rocha significa viver
a Palavra e testemunhá-la na prática da fé e das virtudes. Exclama Orígenes:
“Todas as perseguições se abatem sobre esta casa e nada obtém, pois ela foi
construída sobre a rocha”, que é Jesus. Então, nada nos abalará, pois temos em
Jesus a adoção divina e nele participamos da imortalidade. Do amor, desejo de
apropriação do amado, passamos ao amor, abertura ao ser inefável. A construção não
termina, ela se eterniza.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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