Reflexão do Evangelho do dia 07 de Junho de 2013
Sexta-feira – 07 de junho
Lc 15, 3-7: Parábola da ovelha perdida
Para não incorrerem em impurezas
legais, os fariseus tinham estabelecido regras rigorosas sobre como se manterem
distantes dos assim considerados pecadores. Eles negavam emprestar-lhes
dinheiro ou lhes pedir algo. Não lhes davam uma filha em casamento, nem os
convidavam como hóspedes. Por isso, mostram-se escandalizados diante do modo
como Jesus acolhia os pecadores, frequentando suas casas e “comendo com eles”. S.
Cirilo de Alexandria os interroga: “Dize-me, fariseu, por qual motivo lamentas
que Cristo não se tenha negado a estar com publicanos e pecadores, mas lhes
tenha proporcionado os meios de salvação?” Aliás, o próprio Jesus lhes responde
contando duas parábolas: a da ovelha desgarrada e da dracma perdida.
No relato da ovelha desgarrada os
verbos “buscar-encontrar” revelam, antes de tudo, a iniciativa do Pastor e o
seu cuidado para com todas as ovelhas. Observa S. Máximo: “Ele não se esquece,
nem mesmo da mais insignificante, pois Ele se recorda de todas”. S. Ambrósio,
num lampejo brilhante de visão espiritual, observa que “os ombros de Cristo,
sobre os quais ele coloca a ovelha perdida, são os braços da Cruz, que abraçam
a todos, pois ele veio salvar, justamente, aquele que estava perdido”. As
palavras do Senhor nos lançam nos espaços do seu amor para com os “pequenos”,
pois em seu coração palpita o divino desejo de que nenhuma das ovelhas se
perca. Impõe-se um imperativo: jamais deixar de acolher ou escandalizar qualquer
uma delas. Pois ela é objeto do terno carinho do Pastor que conhece e chama
cada uma “por seu nome” próprio, insubstituível. A dor e a ansiedade do pastor,
quando uma delas se perde, transformam-se em alegria e festa ao encontrá-la.
Jesus veio não para condenar, mas sim
para salvar os pecadores, jamais rejeitados, não meramente censurados ou
lamentados. Não há regozijo com a perda deles. No Evangelho de S. João, o Bom
Pastor demonstra sua ternura, velando para que ninguém se perca. Atitude que o
leva a chamar os pecadores para se assentarem à mesa com ele, o que provoca a
exclamação de S. Efrém: “Espetáculo admirável: os anjos temem, por causa de sua
grandeza, e os pecadores comem e bebem com Ele”.
Em suma, refletindo sobre essa
parábola, dizemos com S. Basílio Magno: “O bom Pastor vai ao teu encontro e se
tu te dás a ele, ele não hesitará e não desdenhará na sua bondade em te colocar
sobre seus ombros, alegrando-se por ter encontrado a ovelha que estava perdida.
E se alguém protesta que tu foste acolhida imediatamente, o próprio Pai falará
em tua defesa dizendo: É necessário festejar e alegrar-se, porque esta minha
filha estava morta e agora retornou à vida, estava perdida e foi
reencontrada”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Comentários
Postar um comentário