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Mostrando postagens de abril, 2014

Reflexão do Evangelho de 01 de Maio - Festa de São José Operário (Dia do Trabalhador) - Mt 13, 54-58 - Jesus em Nazaré

Reflexão do Evangelho de 01 de Maio - Festa de São José Operário (Dia do Trabalhador) Mt 13, 54-58 - Jesus em Nazaré                                     Era um sábado e a população de Nazaré encontrava-se praticamente toda na sinagoga. Chegou o momento da leitura da Palavra de Deus e, conforme costume dos judeus, o visitante era convidado a ler e a comentar o texto do dia. Jesus se levantou e colocou-se à frente de um rolo de papiro; Ele o abriu e leu uma passagem do profeta Isaías. Todos estavam atentos, pois tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos e dos milagres realizados por Ele. A curiosidade era grande. Pensavam e discutiam entre si quais seriam os sinais que ele iria fazer em sua própria terra. Terminada a leitura, Jesus sentou-se. Os olhos de todos fixaram-se nele. Com que olhar o veem? Orígenes diz que não gostaria que seus ouvintes olhassem para ele, com os olhos do corpo, como lá na sinagoga o povo olhou para Jesus. Pede que os ouvintes o olhem com os olh

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 29 de Abril e Quarta-feira 30 de Abril - Jo 3, 7-15. 16-21: Encontro com Nicodemos (II)

Reflexão do Evangelho de Terça-feira 29 de Abril e Quarta-feira 30 de Abril Jo 3, 7-15. 16-21: Encontro com Nicodemos (II)                   Era noite, quando Nicodemos vai à procura de Jesus. No diálogo que se estabelece entre eles, Jesus o convoca a nascer “de novo”, que para o evangelista S. João significa nascer “do alto”. Trata-se de participar de algo que supera a realidade terrena, não se deixando determinar por ela. Quem nasce da carne e nela permanece, enclausura-se, no dizer dos monges do deserto, no egoísmo, na ganância e na cobiça. Mas quem nasce do alto obtém a adoção de filho de Deus e participa, lembra S. João Crisóstomo, “da abundância da graça, tão desejada pela humanidade”.           Ao ouvir Jesus falar do Filho do Homem, que será levantado como “Moisés levantou a serpente no deserto”, Nicodemos percebe a sugestão do Mestre: destacar-se de seus esquemas e sistematizações e partir para o deserto. Trata-se de ele tornar-se nômade de Deus em sua consciência e c

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 28 de Abril - Jo, 3, 1-8: Encontro com Nicodemos (I)

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 28 de Abril Jo, 3, 1-8: Encontro com Nicodemos (I)          As palavras de Jesus deixavam uma impressão forte em todos os que o ouviam. Um deles foi Nicodemos, que o procura no silêncio da noite, às escondidas, querendo evitar a crítica dos demais membros do Sinédrio. Ao chegar, ele saúda Jesus: “Rabi, sabemos que vens da parte de Deus, como um mestre, pois ninguém pode fazer os sinais que fazes se Deus não estiver com ele”. Ouvindo-o e compreendendo o que se passa em seu coração, Jesus retruca-lhe: “Em verdade, te digo: quem não nascer do alto não pode ver o Reino de Deus”.  Cada momento é importante para o Mestre. Por isso, suas palavras soam para Nicodemos, como um apelo à conversão, a uma guinada espiritual na vida. Admirado pela inesperada e imediata reação de Jesus, ele procura defender-se: “Nascer de novo, como pode isto acontecer?” Seu coração está inquieto e confuso. Sua voz assume um tom áspero, ao rebater as palavras do Senhor:

Reflexão do Evangelho de Domingo – 27 de Abril - Jo 20, 19-31: Aparição de Jesus ao Apóstolo Tomé

Reflexão do Evangelho de Domingo – 27 de Abril Jo 20, 19-31: Aparição de Jesus ao Apóstolo Tomé  Tornou-se proverbial a cena do Tomé incrédulo, que dizia: “Se eu não vir em suas mãos o lugar dos cravos e minha mão no seu lado, não acreditarei”. Em outras ocasiões, os Apóstolos tinham sentido em Jesus a proximidade de Deus, presença que os abalou profundamente. Pedro, após a pesca milagrosa, cai de joelhos e lhe dá o título de Kyrios, Senhor, designação divina, que substituía o nome sacrossanto de Deus. O mesmo acontece na tarde daquele “dia, o primeiro da semana”, quando estavam os Apóstolos reunidos em Jerusalém. Fecharam bem as portas, pois o medo das perseguições ainda era forte. De repente, ouviram uma voz que bem conheciam: “A paz esteja convosco”. É o Senhor! Ele lá estava, uma vez mais, no meio deles, estando presente Tomé.             Voltando-se para Tomé, o Mestre lhe propõe: “Põe o teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende a tua mão e põe-na no meu lado e não sejas in

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 25 de Abril e Sábado 26 de Abril - Jo 21, 1-14 e Mc 16, 9-15: Aparição às margens do lago

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 25 de Abril e Sábado 26 de Abril Jo 21, 1-14 e Mc 16, 9-15: Aparição às margens do lago                                                       Alegres, os Apóstolos retornam às suas aldeias. Em Cafarnaum, muitos ao vê-los sentiam-se desconcertados diante do modo como eles se comportavam, após a morte do Mestre, não se mostravam tristes nem abatidos, mas tranquilos e jubilosos. O que os tornava tão alegres? Então, os Apóstolos reconhecem a sabedoria do Senhor, enviando-os para fora de Jerusalém, onde seriam testemunhas do Ressuscitado. Uma noite, Pedro e os filhos de Zebedeu, Tomás e Natanael saíram para pescar no lago de Tiberíades. O sol começava a mostrar seus primeiros raios e eles, até aquele instante, nada tinham conseguido. Já próximos da praia, avistam um vulto, que de pé lhes acena e lhes diz: “Jovens, tendes algo para comer?” Eles, decepcionados por nada terem pescado, respondem com um seco “não”. A voz, agora firme, mas sempre sere

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 24 de Abril - Lc 24, 35-48: Aparição aos Apóstolos

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 24 de Abril Lc 24, 35-48: Aparição aos Apóstolos                   S. Lucas narra os mais decisivos atos do testemunho evangélico sobre a Ressurreição de Jesus: a verificação do túmulo vazio e as aparições. Ditas “privativas”, estas aparições deram origem a dúvidas e incertezas, alimentando fervorosas discussões entre os Apóstolos. Já era noite e eles lá estavam no Cenáculo, e enquanto discutiam, eis que lhes chega a notícia de que o Mestre aparecera a Pedro. Pouco antes, tinham chegado os dois discípulos provenientes de Emaús, contando o que lhes tinha sucedido e o fato de o terem reconhecido na fração do pão. Mesmo assim havia ainda dificuldade em acreditar em suas palavras. A discussão corria acalorada, quando, de repente, eles ouvem uma voz que lhes era bastante familiar: “A paz esteja convosco”. O espanto paralisou-os. Aterrados e cheios de medo, “eles julgam ver um espírito”. Sereno, Jesus os olhava e para tranquilizá-los pergunta: “

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 23 de Abril - Lc 24, 13-35: Os discípulos de Emaús

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 23 de Abril Lc 24, 13-35: Os discípulos de Emaús          Cléopas e outro discípulo puseram-se a caminho na tarde do dia em que em que as mulheres tinham falado do túmulo vazio e das aparições de Jesus. Como outros discípulos, eles não levaram a sério o que elas disseram, julgando não passar de meras fantasias. Por isso, desconsolados e tristes, os dois afastam-se de Jerusalém, dirigindo-se às aldeias onde moravam. Emaús não era distante de Jerusalém, umas duas horas a pé. Durante o percurso, comentavam o que tinha acontecido na capital e consolavam-se mutuamente. O sol despedia-se, escondendo-se no horizonte arenoso e seco, quando a eles se juntou um estranho viajante, que lhes pergunta a causa daquela tristeza. Sem mesmo fixar seus olhos no viajante, admirados, eles lhe perguntam: “Tu és o único forasteiro em Jerusalém que ignora os fatos que nela aconteceram nestes dias?” “Quais?, disse-lhes ele”. E Cléopas começa a falar sobre Jesus,

Reflexão do Evangelho de Segunda 21 de Abril e Terça feira de 22 de Abril

Reflexão do Evangelho de Segunda 21 de Abril e Terça feira de 22 de Abril Mt 28, 8-15 e Jo 20, 11-18 Aparição às santas mulheres                   João Batista pregava, quando um grupo de pessoas se reunia ao seu redor, Jesus, por sua vez, vai ao encontro do povo, peregrinando de cidade em cidade. Numa vida itinerante, Ele ia às cidades e aldeias e sua voz era ouvida nas sinagogas e no Templo; noutras ocasiões, Ele fala às multidões, reunidas em lugares desertos ou sobre belas colinas e mesmo à beira do lago de Genesaré. Acompanham-no os Apóstolos, fiéis seguidores, e as santas mulheres que os serviam com os seus bens. Elas mostravam-se silenciosas, de grande afabilidade e generosidade, exprimindo, assim, seu agradecimento pelo muito que tinham recebido do Senhor. Após o sepultamento do Mestre, elas serão as primeiras a irem ao túmulo para lhe prestar homenagem. Chegando, veem a pedra retirada e debruçando sobre o túmulo, constatam que estava vazio. À sua entrada, guardando o re

Reflexão do Evangelho de Sábado 19 de Abril e Domingo 20 de Abril

Reflexão do Evangelho de Sábado 19 de Abril e Domingo 20 de Abril Mt 28, 1-10 e Jo 20, 1-9: Ressurreição do Senhor          Entre os Apóstolos e discípulos do Mestre reinava o desalento. Teria sido Ele abandonado por Deus? Por que, tão jovem e portador de esperança para tantas pessoas, teria Ele sido submetido a uma morte tão desonrosa? Alguns deles, desiludidos, deixavam a cidade de Jerusalém, retornando às suas vilas. Seria Ele de fato o Messias esperado? O que fazer? A derrota era irremediável, seus sonhos de glória caíam por terra e um profundo amargor buscava dominar seus corações.           Eis que no primeiro dia da semana, bem cedo, Maria Madalena vai ao túmulo de Jesus. O sol não tinha ainda raiado. Mas sua luz bruxuleante permitia-lhes notar que algo tinha acontecido: a pedra tinha sido removida. Ela e as mulheres, que a acompanhavam, buscam ver dentro do sepulcro e notam que ele estava vazio. Admirada, talvez assustada, Maria corre até Simão Pedro e ao outro discípu

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 18 de Abril

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 18 de Abril Jo 18, 1 – 19,42 – Paixão de Jesus                   Jesus no monte das Oliveiras. Ele reza. Os Apóstolos dormem. Já se ouviam, descendo de Jerusalém e subindo o monte das Oliveiras, os passos dos que iriam prendê-lo. Jesus tinha previsto os sofrimentos pelos quais iria passar. Prostrado em terra, “Ele ora com mais insistência ainda e o suor se lhe tornou semelhante a espessas gotas de sangue que caiam por terra”. Indo aos discípulos, que “estavam à distância de um arremesso de pedra”, como que procurando consolo e alívio, chama por eles. Vendo-os dormindo, diz-lhes: “Dormi agora e repousai”. E em tom de reprimenda: “Não conseguis vigiar nem uma hora comigo?” Tomados pelo cansaço, Pedro e os demais se deixam vencer pelo torpor do sono. Jesus sente-se só e retorna à oração. Seus lábios se abrem e ouvem-se murmúrios de uma alma aflita: “Abba, Pai, se possível afaste de mim este cálice”. Luta interior e, ao contrário de Adão, num f

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira santa – 17 de Abril

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira santa – 17 de Abril Jo 13, 1-15 – Última Ceia                   Ao cair da tarde, Jesus entrou na cidade de Jerusalém com os discípulos. Por ordem do Senhor, Pedro e João foram à casa de “alguém” e disseram-lhe: “O Mestre diz: o meu tempo está próximo. Em tua casa irei celebrar a Páscoa com os meus discípulos” (Mt 26,18). O dono da casa os recebe, com tudo preparado: no andar de cima, uma ampla sala, pronta, varrida e sobre a mesa alguns pratos com o pão ázimo, as jarras de vinho e as taças. Segundo a tradição, todos se estenderam sobre pequenos leitos baixos: João ao lado do Mestre, Pedro na frente e Judas não muito distante. Era o momento sagrado, que seria perpetuado pela Igreja nascente, cuja memória estaria presente em hinos e orações, e iria inspirar grandes mestres como Giotto e Leonardo da Vinci. Momento de alegria e de simplicidade. Solenemente, Jesus anuncia: É chegada a “hora”, e a hora é agora. E, com o coração palpitante de amor

Evangelho de Terça-feira 15 da Abril e Quarta-feira 16 de Abril

Evangelho de Terça-feira 15 da Abril e Quarta-feira 16 de Abril Jo 13, 21-33.36-38 / Mt 26, 14-25: Anúncio da traição de Judas          “Um de vós me entregará”. Perplexos, os Apóstolos entreolham-se em silêncio. Estas palavras de Jesus, justamente pela sua imprecisão, trazem inquietação. A face do Senhor demonstra tristeza ao pronunciar o salmo: “Aquele que come comigo ergueu o calcanhar contra mim”. Confusos, temerosos e inseguros, os Apóstolos perguntam um depois do outro: “Não sou eu, sou?” Escreve Orígenes: “Jesus fala, de modo geral, para provar a qualidade de seus corações, para mostrar que os Apóstolos acreditavam mais nas palavras do Mestre, que em sua própria consciência”. Também Judas, torturado por sentimentos contraditórios, ousa perguntar: “Porventura sou eu?” Angustiado pela incerteza, Pedro recorre ao discípulo, que estava ao lado do Mestre, para saber quem era o traidor. Com voz tênue, Jesus lhe responde: “É aquele a quem eu der o pão, que vou umedecer no molh

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 14 de Abril

Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 14 de Abril Jo 12, 1-11: A unção de Betânia Pasmos, os convivas veem uma mulher que, durante a refeição, aproxima-se de Jesus e lava os seus pés com um precioso perfume. O fato de ungir os pés e a cabeça de um convidado era prova de respeito, muito frequente naquela época. Seu gesto, porém, é recriminado, principalmente, por Judas Iscariotes, caracterizado como traidor e como aquele que, sob o véu da piedade e do fingido zelo pelos pobres, esconde a intenção de desviar para si o que era destinado aos pobres. Nada é alheio ao Senhor. Ele não rejeita, nem condena aquela mulher, dizendo aos presentes “Deixa-a; para me ungir no dia de meu sepultamento”. O gesto da mulher traz à memória o amor gratuito dos pobres, que generosamente se doam, e o valor absoluto do amor a Deus. A pobreza e seus problemas não são enfrentados com a lógica de Judas, bolsa cheia, mas com a lógica do Evangelho, amor gratuito e generoso. Aliás, citando o Deuteronômio

Reflexão do Evangelho de Domingo de Ramos – Semana Santa

Reflexão do Evangelho de Domingo de Ramos – Semana Santa Jo 12, 12-19 - Entrada em Jerusalém          Na abertura da Semana Santa, a entrada triunfante de Jesus na cidade santa constitui o ponto alto de toda a quarta parte do Evangelho de S. João, polarizada pela subida de Jesus à cidade de Jerusalém. Interrogações e incertezas martelavam a mente dos Apóstolos, que recordavam as palavras do Mestre, preparando-os para sua morte. O que os esperava? Aquele momento, deliberadamente, organizado por Jesus, que caminhava à frente da procissão dos “Ramos”, dava-lhes ocasião de confirmar ser Ele o Messias, ao menos, o Rei do reino iminente. Mesmo extasiados diante da glória de Cristo, eles não deixavam de reconhecer a sua humildade de servo sofredor, manifestada na escolha de sua montaria, um simples asno, alusão ao texto de Zacarias (9,9s). De fato, a escolha de um jumentinho, que sempre foi símbolo de humildade e de paz, evidencia o triunfo da misericórdia divina, mais do que a justiça

Reflexão do Evangelho de Sábado – 12 de Abril

Reflexão do Evangelho de Sábado – 12 de Abril Jo 11, 45-56: Chefes dos judeus sentenciam a morte de Jesus          As opiniões se dividem. Alguns membros do Sinédrio, chefes dos sacerdotes e os fariseus, viam Jesus como um blasfemador, que pretendia superar a Lei, defendida com rigorismo por eles; outros o admiravam e reconheciam seus ensinamentos como tentativa para alcançar o sentido mais profundo da Lei, indicado pelos profetas. Jesus tem consciência das lutas e escárnios contra sua pessoa e da atitude nobre e sincera de muitos dos que o ouvem. Mas, após a ressurreição de Lázaro, a discussão entre eles torna-se ainda mais acalorada. As palavras se atropelam e, em meio a um clima tenso, sobressai a voz dos que alegam o perigo de repressão por parte dos romanos. Enciumados, movidos pela vaidade e soberba, há os que não admitem a presença do povo ao redor de Jesus. Na análise de S. Cirilo de Alexandria, “eles estariam recriminando a si mesmos, por não terem matado Jesus antes da

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 11 de Abril

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 11 de Abril Jo 10, 31-42: Jesus, o Filho de Deus feito homem          Os judeus ficam surpresos, mas conhecendo-os, surpresos ficaríamos se eles não se surpreendessem. Para eles, a vinda do Messias tinha por objetivo apresentar junto a Deus o povo adotado por Ele como seu filho, povo libertado do Egito e conduzido à Terra Prometida. Sem negar a qualificação de Messias, Jesus mantém em suas pregações, como um corretivo, a denominação de “Filho”, aplicada à sua pessoa, para evidenciar o sentido de intimidade e mesmo de unicidade dele com o Pai, impensável para os judeus. Por isso, após invocar o testemunho do Pai, manifestado em suas obras, Jesus se volta para seus adversários e pergunta ironicamente: “Por qual delas quereis apedrejar-me?” Conscientes de sua intenção, com sutileza de espírito, eles respondem: “Não te lapidamos por causa de uma boa obra, mas por blasfêmia, porque, sendo apenas homem, tu te fazes Deus”. Ao chamar Deus Abba, “Pa

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 10 de Abril

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 10 de Abril Jo 8, 51-59: Antes que Abraão fosse, eu sou          Após dizer ser a luz e a verdade, Jesus anuncia ser a vida, vida nova para a salvação de todos. Refere-se à morte espiritual, que primeiramente atinge a alma, mas não exclui o corpo da ressurreição final, pois “o homem, escreve Orígenes, é por natureza um templo de Deus, criado para acolher em si a glória de Deus”. S. Irineu se pergunta: “Como poderia o homem ser libertado do seu nascimento de morte se não fosse regenerado na fé com um novo nascimento, dado generosamente pelo Senhor?” Mas os ouvintes de Jesus, escravos da incredulidade, distorcem suas palavras e as interpretam como se significassem, simplesmente, a ausência da morte corporal. Pasmo, desprezo! Os adversários não o entendem e, então, lhe perguntam: “Quem pretendes ser?” O duplo “amém”, no início de sua resposta, confere um tom solene à afirmação: “Se alguém guarda a minha palavra jamais verá a morte”.  Ele nã

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 09 de Abril

Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 09 de Abril Jo 8, 31-42: Jesus e  Abraão                   Mais uma vez, a incompreensão reina no coração dos adversários de Jesus. O evangelista S. João lembra que não basta ter começado a crer. Os momentos difíceis e as horas de angústia querem dispersar a fé. É necessário continuar a crer, não desanimar e, sem largar o leme da confiança, prosseguir o caminho, pois alguém segura nosso braço e conduz-nos para onde não tínhamos imaginado. No horizonte brilha uma luz, provinda das palavras do Senhor, escritas por S. João, no assim denominado “Evangelho da perseverança”. Não basta dizer que crê em Deus para fazer, automaticamente, parte da descendência de Abraão. Muitos assim o fazem, indevidamente. Lá estão os seus adversários, apregoando serem “da posteridade de Abraão” e afirmando não terem sido jamais “escravos de alguém”. Jesus os reenvia ao Pai e proclama ser presença especial dele, pois “antes que Abraão nascesse eu sou” (v.58). A q

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 08 de Abril

Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 08 de Abril Jo 8, 21-30: Origens de Jesus                   Diante das restrições de Jesus sobre sua origem, a imaginação dos que o acompanham corre à solta. A pergunta não é “donde vem Jesus”, mas “para onde ele vai”. Alguns julgam que ele iria à diáspora, outros que iria se matar. A resposta de Jesus ecoa de modo áspero e duro para seus adversários. É-lhes impedido não só de chegar aonde ele irá, mas “morrerão no seu pecado”. Ao se referir ao pecado, no singular, ele significa o fato de eles se fecharem à luz divina porque, embora eles festejassem o dia da Reconciliação, o Yom Kippur, não tinham acolhido o Filho que lhes oferecia a suavidade do perdão e do amor.            O impedimento não é de lugar ou de localização, não se refere a uma esfera superior e outra inferior, o mundo de baixo e o outro de cima. É um estado espiritual. Pertença a um mundo novo, onde impera a majestade e a glória de Deus, realidade absoluta, superando tudo.

Reflexão do Evangelho de Domingo 06 de Abril e Segunda-feira 07 de Abril

Reflexão do Evangelho de Domingo 06 de Abril e Segunda-feira 07 de Abril Jo 11, 19-27: Ressurreição de Lázaro          Nenhuma obra humana carece totalmente da luz de Deus, pois nas trevas e na culpa do homem um raio da luz divina não deixa de resplandecer. Por isso, aquele que aceitou a mensagem cristã não vaga mais, de uma para outra parte, movido pela incerteza e insegurança, porque no seu coração ele já entrevê, para além do mistério, o vulto do Invisível. Embora muitos prefiram as trevas à luz, a vinda de Cristo não é estranha ao mundo, pois em cada ser humano brilham centelhas de sua luz, causa de tudo quanto existe de bom, justo e verdadeiro, em todas as culturas e povos. A esse propósito, S. Justino afirma a presença da semente do Logos, existente em cada um de nós, caminho que nos guia para o encontro com Cristo, “o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira” (Ap 3,14). E, em Cristo, vencedor da morte, o cristão reconhece a ressureição como a última palavra e, banindo o medo