Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 25 de Abril e Sábado 26 de Abril - Jo 21, 1-14 e Mc 16, 9-15: Aparição às margens do lago

Reflexão do Evangelho de Sexta-feira 25 de Abril e Sábado 26 de Abril
Jo 21, 1-14 e Mc 16, 9-15: Aparição às margens do lago
                                             
        Alegres, os Apóstolos retornam às suas aldeias. Em Cafarnaum, muitos ao vê-los sentiam-se desconcertados diante do modo como eles se comportavam, após a morte do Mestre, não se mostravam tristes nem abatidos, mas tranquilos e jubilosos. O que os tornava tão alegres? Então, os Apóstolos reconhecem a sabedoria do Senhor, enviando-os para fora de Jerusalém, onde seriam testemunhas do Ressuscitado.
Uma noite, Pedro e os filhos de Zebedeu, Tomás e Natanael saíram para pescar no lago de Tiberíades. O sol começava a mostrar seus primeiros raios e eles, até aquele instante, nada tinham conseguido. Já próximos da praia, avistam um vulto, que de pé lhes acena e lhes diz: “Jovens, tendes algo para comer?” Eles, decepcionados por nada terem pescado, respondem com um seco “não”. A voz, agora firme, mas sempre serena, ordena-lhes: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Quase automaticamente eles obedecem e a rede logo se encheu de peixes. À mente deles surgiu a imagem do que já lhes tinha sucedido em outra ocasião. Também lá estava alguém na margem, a rede vazia e às suas palavras, a pesca surpreendente. João fixa seus olhos no vulto, envolto nas névoas matinais, e com a face transformada, denotando surpresa e alegria, sussurra a Pedro: “É o Senhor!”. O impetuoso e ardoroso Pedro, vestindo-se, atirou-se ao mar para ir ao encontro do Mestre. Como não estavam longe da praia, os demais também chegam logo à margem.
A surpresa é grande, pois ao descerem da barca, ao lado daquele homem, eles veem brasas acesas e alguns peixes e pão. “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”, diz Ele. O sol já brilhava, eles sem nada dizer, não ousando perguntar-lhe: “Quem és tu?”, sentiam seus corações dançarem de alegria e sentando-se tomaram a refeição preparada por Ele. Segue-se um momento de convívio, cena singela, porém rica de sentido. Aqueles rudes e bronzeados homens seriam os arautos da Boa-Nova do Evangelho. Mais tarde, eles dirão que todos os que acolhem o divino Mestre, sua mensagem, serão introduzidos na ceia da amizade e do amor.
Como os Apóstolos, sentimos nossas limitações e insuficiências, mas anima-nos a fé em Jesus, pois de sua presença depende os frutos da nossa ação. A rede repleta de peixes, puxada por Pedro, significa, na primeira pesca (Lc 5,1ss), no dizer de S. Agostinho, a Igreja que, pela pregação do Evangelho, atrai ao Senhor justos e pecadores, bons e maus. Neste sentido, S. Marcos cita as palavras de Jesus aos Apóstolos: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”. Porém, após a Ressurreição, com uma conotação escatológica, observa o santo de Hipona: Jesus manda lançar a rede à direita da barca, isto é, da Igreja, para recolher os que lhe são fiéis. Nas duas pescas, urge ouvir e ser obediente à voz do Mestre.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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