Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 03 de Abril

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 03 de Abril
Jo. 5, 31-47: As testemunhas autentificam a missão de Jesus

         Jesus fala com autoridade. Para credenciar suas palavras, ele cita João Batista, Moisés e as Escrituras Sagradas. E indica um testemunho ainda mais valioso: as obras que o Pai lhe deu a realizar. Elas atestam a seu favor.  
         Os opositores recusam aceitar sua autoridade divina e, dominados pelo orgulho, fecham-se à voz de Deus e não reconhecem o testemunho que o Pai dá de seu Filho. Firmam-se na convicção de que a Lei, concedida por Deus, era um dom perfeito, que englobava todas as manifestações divinas. Ninguém poderia mudá-la. Nem mesmo o Messias. O diálogo entre o homem e Deus passaria por ela e a sua observância o cumularia de méritos, sua transgressão lhe traria o castigo e a exclusão da comunidade.
         A liberdade soberana de Jesus, em relação à Lei, causa-lhes admiração. Ele não nega a Lei, não a suprime, mas alarga seus horizontes até à supremacia do amor. Pasmo, assombro, pois eles são incapazes de vislumbrar a luz da liberdade e a beleza da verdade anunciada por Jesus. Ele é a Palavra de Deus, único a revelar Deus de modo seguro. No entanto, nascidos em uma prisão escura, eles procuram receber “a glória uns dos outros, diz Jesus, mas não a glória do Deus único” e, consequentemente, não alcançam a luz de uma paisagem banhada de sol e de inefável alegria. Escreve S. Cirilo de Alexandria: “A fonte da luz é o Filho único, pois, na unidade perfeita, reluz nele a luz do Pai”.
         Os braços do Senhor se abrem no desejo de acolher a todos para introduzi-los na suavidade dos benefícios do amor divino. Seus inimigos esquadrinham as Escrituras buscando vida, mas não a encontram. No entanto, embora inquietos e nostálgicos, eles não acolhem Jesus, único que poderá lhes conceder a verdadeira vida, a vida eterna. Seus corações estão distantes e endurecidos. Não há fé. Eles utilizam a Bíblia, mas manipulando-a, segundo seus interesses e opiniões, surdos à voz daquele que foi enviado pelo Pai.
Os que o seguem, tem uma visão corporal, sobretudo, espiritual de Jesus, que lhes prodigaliza “a luz divina, que brilha em seus corações e em seus espíritos. Luz sem ocaso, sem mudança, inalterável e jamais eclipsada” (S. Simão, o Teólogo). A fé deles é sólida, porque se enraíza e se fortalece no próprio Deus. Pois “o Pai que me enviou, diz Jesus, dá testemunho de mim” (v.37).

                                                 Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM                                                                      

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